ISSN 2359-5191

19/06/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 12 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Estudo quer comprovar efeito dos medicamentos homeopáticos

São Paulo (AUN - USP) - Células da pele humana tratadas em meio enriquecido com medicamento homeopático estão sendo estudadas para determinar o efeito medicinal destes remédios. As responsáveis pelo estudo, professora Ida Soares, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, e a farmacêutica Maria Isabel Prado ressaltam que ainda é cedo para se chegar a uma conclusão, mas foi observada uma tendência de aumento na vida útil das células. Além desta pesquisa, há ainda outros estudos na área de homeopatia, como a sistematização dos casos clínicos tratados com medicamento homeopático e testes de qualidade da matéria-prima utilizada na fabricação dos remédios.

Os medicamentos homeopáticos são elaborados a partir de dois princípios fundamentais da teoria desenvolvida pelo médico alemão Hahnemann (criador da homeopatia): as doses infinitesimais e as dinamizações. O princípio das doses infinitesimais diz respeito a uma série de diluições realizadas com a substância ativa até se atingir a proporção de uma parte do fármaco para um milhão de partes do solvente (água ou álcool), esta é a concentração mínima com que se trabalha na homeopatia, mas é possível que ocorram outras diluições a partir daí. Entre cada etapa desta diluição, são realizadas 100 sucussões, ou seja, a solução é agitada violentamente com o intuito de provocar choque entre as moléculas do fármaco e as do solvente. Este processo é denominado dinamização.

É exatamente a estes choques que é atribuída a energia do medicamento homeopático. Eles provocariam uma alteração nas características das ligações das moléculas dos solventes. Esta natureza energética provoca certo ceticismo por parte de alguns membros da comunidade médica. Como a homeopatia (ao contrário da alopatia) não trabalha com a massa do fármaco, caso fosse realizada uma análise química do medicamento, seria encontrado apenas o solvente (água ou álcool). Assim, para se comprovar se há de fato modificação energética, a prática mais indicada seria um estudo físico capaz de identificar as alterações através de aparelhos como o de ressonância magnética nuclear ou de algum outro espectograma. Este seria o método ideal, porque poderia trazer uma comprovação segura e repetitível do fenômeno. Infelizmente, ele não é realizado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

O método utilizado pelas pesquisadoras é o de observar o efeito causado pelo medicamento, ao invés da análise do medicamento em si. Assim, elas pesquisam resultados observáveis em seres humanos, animais, plantas e culturas celulares. O problema é que é difícil comprovar que a cura de determinada doença, ou a melhora do paciente, foi causada pelo efeito do medicamento e não por mera coincidência ou pelo chamado efeito placebo. Daí a crítica de alguns médicos alopatas que acusam a homeopatia de uma prática experimental e não científica. É bom lembrar que a homeopatia é considerada especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br