ISSN 2359-5191

09/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 141 - Educação - Escola de Comunicações e Artes
Pesquisadora discute na USP livros censurados

São Paulo (AUN - USP) - A pesquisadora Sandra Reimão falou recentemente em palestra na Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA) sobre sua dissertação de Mestrado “Percurso editorial de livros de ficção de autores brasileiros censurados de 1968 a 1978”. Sua principal intenção era descobrir quais livros e por qual motivo eles foram censurados e as conseqüências desse controle para a obra. Ela também procurou identificar a forma e o momento em que a censura se dava.

No fim da década de 60 e inicio da década de 70, a censura prévia, que já existia para as chamadas diversões públicas, se estendeu ao mercado editorial através do decreto do general Médici. No entanto, alguns escritores de destaque, como Jorge Amado e Érico Veríssimo se organizaram e se recusaram a passar pelo crivo censório, prometendo, se necessário fosse, levar os livros para serem publicados em Portugal.

Segunda a pesquisadora, isso fez com que os militares voltassem atrás, pelo menos em alguns termos, uma portaria declarava isentos da censura prévia livros filosóficos, científicos, técnicos e didáticos, assim como os livros que não possuíam como tema sexo, moralidade pública e bons costumes. Ou seja, estavam isentos de censura os livros que não incomodassem ao regime imposto.

O que intrigou a pesquisadora foi que se havia censura prévia por que havia também inúmeros livros apreendidos depois da publicação? Na década de 70, eram editados cerca de nove mil livros por ano, era, portanto muito difícil ao órgão censor ler essa quantidade de material. O que acontecia de fato era que os editores publicavam os livros independente da censura prévia e os livros eram apreendidos se alguém denunciasse ou se houvesse alguma divulgação polêmica.

Reimão observou ainda que nos anos da “abertura política, a partir de 1975, a censura a livros aumentou significativamente, para o que parece ser uma contradição, a pesquisadora tem uma hipótese: ao observar o processo de abertura, o censor, com medo de perder sua posição e salário, procura mostrar serviço e passa a ser mais rigoroso com as obras.

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