ISSN 2359-5191

12/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 144 - Saúde - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
AIDS: Campanha do governo utiliza técnica de teste rápido
Método é cartada do governo para aumentar o acesso a diagnósticos

São Paulo (AUN - USP) - Um posto completo de diagnóstico rápido de AIDS foi montado recentemente no Campus Butantã com duração de um dia. O evento é parte de uma campanha lançada pela Secretaria de Saúde, denominada “Fique Sabendo”. Por motivos de disponibilidade, a edição universitária aconteceu no Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes – ECA -, ao invés da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – FFLCH -, como estava planejado.

A iniciativa, que acontece do dia 25 de agosto até 5 de setembro, é a segunda edição da maior campanha de incentivo à testagem anti HIV, que acontece no estado todo. E o método adotado é conhecido como teste rápido. Ao invés de retirar sangue e enviar para análise, como o tradicional teste ELISA (Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay), o resultado chega depois de 20 minutos, apenas o suficiente para que o profissional possa misturar os reagentes e dar o veredicto. Devido ao preço mais elevado do kit (rapid test HIV) ele ainda é usado em situações específicas, como pré-operatório de emergência, infectados por radiação e gravidez, afirmou a responsável pelo posto provisório, Elza Alves Ferreira.

Para o aluno Charles Nisz, a técnica é interessante, por ser tão efetiva quanto o convencional, porém mais prático; já Ricardo Ferraz, foi por pressão da namorada, o último teste que fez foi há pouco mais de um ano. Muitos presentes elogiaram a técnica praticamente indolor (uma picada no dedo e algumas gotas de sangue já bastam), mas foi o pequeno corte que fez um funcionário da ECA desmaiar às 15 horas, sendo prontamente auxiliado por participantes da campanha e trabalhadores da faculdade que passavam pelo corredor em direção ao posto.

A psicóloga Eliane Armênio era uma das profissionais responsáveis por abrir os resultados e aconselhar os transeuntes que foram pegos de surpresa pelo estande. Aconselhadora do CTA Pirituba, disse que o teste rápido foi feito para ser usado em ambientes não laboratoriais, como aldeias indígenas. E mesmo com o nervosismo de alguns, afirmou que durante todo o dia de plantão não houve nenhum caso de diagnóstico reagente, ou seja, HIV positivo. Segundo ela, no Brasil existem 120 mil pessoas infectadas e muitas não sabem. É essa a finalidade da democratização ao acesso diagnóstico.

O país é um dos poucos que oferecem tratamento subsidiado para a síndrome da imunodeficiência humana (HIV). Citando o artigo 5º da Constituição Federal, o professor José Ricardo Brandão (Saúde da Família da Faculdade de Medicina da USP, FMUSP), afirma que pouquíssimos países tomam como obrigação oferecer tratamentos de saúde em um sistema único. Da envergadura necessária então (com mais de 300 milhões de atendimentos anuais), nenhum no mundo. É claro que os problemas são gigantescos como o plano, mas a descentralização administrativa anima o pediatra. Há dinheiro federal, mas a administração é municipal, no caso de São Paulo.

Depois da primeira campanha em 2003, a equipe do posto na ECA estava otimista e acredita em um novo sucesso da iniciativa do governo. "Além da campanha de prevenção de AIDS, nos nossos postos há informações e diagnósticos de hepatite B e C, vacina de rubéola, um grupo de aconselhamento de travestis..." informa Eliane. E continua, “é preciso ter seu próprio cortador de unha e aparatos semelhantes, é perigoso mesmo dentro da família”.

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