ISSN 2359-5191

15/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 145 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Química
USP pesquisa nanotecnologia para tratamento de câncer

São Paulo (AUN - USP) -Pesquisadores da USP estão desenvolvendo técnicas que utilizam a nanotecnologia para o diagnóstico e tratamento de doenças. Um dos objetivos do projeto é criar um método que utilize nanopartículas para o tratamento do câncer de mama. Esta seria uma alternativa mais barata e mais eficiente que os diagnósticos e tratamentos atuais.

A nanotecnologia é assim denominada porque trabalha com elementos muito pequenas. Seus objetos de estudo são medidos em nanômetros. Um nanômetro (nm) corresponde à bilionésima parte de um metro, é um metro divido por um bilhão. Uma das idéias da nanotecnologia é organizar nanopartículas de diferentes materiais em estruturas que possam ser utilizadas para um objetivo em específico.

O projeto do Instituto de Química da USP é orientado pelos professores Koiti Araki e Walter Colli. O estudo trabalha com compostos que contém nanopartículas metálicas e proteínas a fim de formar nanocompósitos que podem ser introduzidos no corpo humano para o diagnóstico e tratamento de doenças. Os metais utilizados nesse processo são ouro e ferro-magnético (magnetita e magmita). Para formar o nanocompósito desejado as partículas de ferro-magnético são envolvidas com ouro. Desta forma se consegue um composto que pode ser controlado dentro do corpo humano através de campo magnético externo e que não sofrerá rejeição do organismo, devido à característica do ouro de não ser rejeitado.

A partir daí, essa ligação de metais é unida a um anticorpo, que é uma proteína. Essa proteína é selecionada de acordo com o tipo de doença que se pretende trabalhar, pois é ela que vai reconhecer as células doentes no organismo e se ligar a elas. Depois disso os nanocompósitos podem ser introduzidos no corpo humano e com a ajuda de eletromagnetismo direcionados para a região que será examinada. Se o local tiver células cancerígenas as proteínas dos nanocompósitos se ligarão a elas e indicarão a presença da doença. Testes realizados com camundongos foram bem sucedidos.

Segundo a pesquisadora Mayara Klimuk Uchiyama, que está desenvolvendo o projeto, este método de diagnóstico pode apontar um câncer num tamanho 100 vezes menor do que a ressonância magnética apontaria. Além disso, é mais barato.

Os cientistas do IQ estudam um método que além do diagnóstico torne possível o tratamento do câncer de mama. Como os nanocompósitos se juntam às células cancerígenas seria possível causar a morte dessas células através da emissão de ondas infravermelho, pois devido às propriedades destas nanoparticulas elas aumentariam a temperatura do ambiente onde estão as células e causariam a morte das mesmas por hipertermia.

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