ISSN 2359-5191

18/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 148 - Sociedade - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Pesquisador da USP estuda excesso de ações letais da polícia paulista

São Paulo (AUN - USP) -- O pesquisador Emmanuel Silva Nunes de Oliveira Junior, da Faculdade de Filosofia, letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, mostrou, em sua dissertação de Mestrado intitulada Letalidade da ação policial e teoria interacional: análise integrada do sistema paulista de segurança pública, o excesso de ações letais da policia paulistana. Para ele, "a vida de policiais e não-policiais não pode continuar a mercê de percepções individuais sobre os riscos reais ou potenciais dos encontros entre esses atores. É preciso construir mecanismos eficientes de controle da letalidade policial sem comprometer o sistema de segurança publica nem relaxar nos parâmetros civilizados de conduta dos agentes estatais."

Para balizar a sua pesquisa, Oliveira Junior utilizou a técnica de regressão multivariada, com testes simultâneos de validade das hipóteses alternativas e a verificação das interações entre os modelos teóricos e as variáveis independentes. Assim, ele demonstrou, através de gráficos e base empírica (1.111 casos de letabilidade de não-policiais registradas no Estado, entre 2.001 e 2.003) que é necessária uma estrutura teórica para que a haja uma diminuição do número de mortes em casos policiais. " A indução do estreitamento dos laços entre instituições policiais deve ser encarada não só como um avanço no policiamento, mas também como uma medida profilática de combate a letalidade da ação policial", diz Oliveira Junior em suas considerações finais.

Apesar do excesso, ele também cita que existem uma série de variáveis que tornam necessária a ação letal. Elas são as variáveis criminais, contextuais, institucionais, ecológicas e descritivas. Assim, não se pode apenas condenar as ações policiais sem perceber que eles estão em um momento decisivo, em que qualquer ação errônea pode causar a morte de um inocente. Em alguns momentos, a ação letal se faz necessária ou pode ser justificada pela pressão e estresse sofridos pelo policial.

Além disso, ele debate a questão da tolerância por parte das instituições oficiais em relação ao assunto. Para ele, não adianta apenas constatarmos que há mortes, mas é necessário que se faça alguma coisa. "A tolerância das instituições policiais com os homicídios cometidos por policiais dentro de preceitos legais e legítimos de combate ao crime e a violência cria o ambiente necessário para a proliferação das soluções extralegais para o problema de segurança publica."

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br