ISSN 2359-5191

28/03/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 02 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Crítica não deve ser pautada em gosto pessoal

São Paulo (AUN - USP) - A crítica cinematográfica não deve ser fundamentada em preferências pessoais. Essa é a recomendação dos profissionais Luiz Carlos Merten, jornalista do Estado de S.Paulo, e André Nigri, editor da seção cinema da revista Bravo!. Eles palestraram em recente evento ocorrido na Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP). Ambos concordam que cada pessoa tem uma forma diferente de ver uma obra cinematográfica. Hoje, o principal papel do crítico é ajudar o público que gosta de cinema a compreender melhor o filme.

“A crítica é você dizer se uma coisa é boa ou ruim, mas você tem que rechear o texto de argumentos”, disse Nigri, que é formado em Jornalismo e Letras. Em seus textos, ele não poupa referências culturais e comparações. Em recente matéria publicada na Revista Bravo!, por exemplo, Nigri levanta uma série de outras obras semi-ficcionais para avaliar Frost/Nixon. O filme é baseado em diversas entrevistas que o então presidente norte-americano Richard Nixon, com sua popularidade abalada pelo caso Watergate, concedeu ao jornalista britânico David Frost. Porém, nem todos os diálogos do filme existiram na realidade.

Luiz Carlos Merten, que escreve sobre cinema há mais de 40 anos, compartilha da mesma visão e vai além: “a indústria não estimula ninguém a ter um pensamento crítico sobre o cinema (...) a função da gente é estabelecer parâmetros pra aquilo que, para a indústria, seria só mais um sucesso”. Merten mantém um blog atualizado diariamente. Ele vê na internet um bom espaço para estimular esse pensamento crítico

Sobre sua possível influência direta nas bilheterias, os jornalistas disseram que ela existe, mas é muito pequena. Na realidade, é o público que determina o sucesso de um filme. “Existe um estímulo muito grande para que as pessoas vejam determinados filmes” O exemplo que Merten deu para validar sua afirmação foi o sucesso da obra Se Eu Fosse Você 2, dirigido por Daniel Filho. Apesar das críticas negativas, o filme já faturou mais de R$46 milhões e foi visto por mais de cinco milhões de pessoas.

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