São Paulo (AUN - USP) - O trabalho do fotógrafo, hoje, não é algo meramente ilustrativo. Em certas ocasiões esse profissional também pode ser considerado um tipo de jornalista. É o caso de Luciano Candisani. Ele já ganhou quatro Prêmios Abril de Jornalismo e faz parte da prestigiada Liga Internacional de Fotógrafos da Conservação (ILCP), que agrupa 60 dos principais fotógrafos de natureza do mundo.

“As imagens não são usadas para ilustrar um texto, são a representação da história por imagens de acordo com um jornalista”, foi a declaração do profissional que há mais de 12 anos fotografa cenas da natureza. Ele esteve presente em recente evento sobre Jornalismo Científico na Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP). Desde 2000, Luciano faz parte da equipe da National Geographic Brasil, elaborando reportagens fotográficas.

Candisani salientou a dificuldade de se fotografar aquilo que é incontrolável e como se deve estar pronto para o clique no momento decisivo. “Não adianta ter todo o tempo do mundo se não estiver preparado para quando acontecer”. Seu fazer aproxima-se do jornalístico na medida suas fotos formam uma narrativa (visual), mas também pode se contrapor, já que a marca pessoal do fotógrafo deve ser algo bem exposto. Cadisani afirmou que seus editores querem que a fotografia registre uma percepção emocional sobre o fato. “A gente sempre tem a nossa própria interpretação das coisas. Na reprodução da foto, essa interpretação tem que aparecer”. Ele ainda explicou que o próprio trabalho do fotógrafo é fazer uma leitura pessoal do tema.

Conversando com interessados nessa área profissional, Luciano revelou que hoje o mercado é mais fechado e ainda exige muito dos novatos, que eles já tenham um bom portfólio e o equipamento necessário. Seu ingresso na área se deu por meio de um trabalho inédito. Numa expedição científica, ele teve a chance de fotografar recifes de corais em águas profundas sob calotas de gelo, na Antártida. “A forma que eu encontrei foi tentar trazer histórias novas, inéditas”.