ISSN 2359-5191

13/05/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 23 - Saúde - Hospital Universitário
Vírus de bronquiolite e pneumonia tem ciclos mapeados

São Paulo (AUN - USP) - Dois pediatras do Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo participaram de pesquisa sobre vírus respiratório com resultados promissores, segundo um dos autores Alfredo Elias Gilio. Publicado na revista americana Public Library of Science (PLoS), o estudo divulga novidades quanto aos ciclos, agora identificados, do Vírus Respiratório Sincicial Humano (VRSH), causador de bronquiolite e de pneumonia. Sua colega Sandra Elisabete Vieira é outra autora do estudo.

Os resultados visam ao progresso das pesquisas em prevenção e tratamento do VRSH. Segundo Gilio, o vírus é muito estudado, mas não há antibiótico, antiviral ou vacina utilizados contra ele, na prática.

Há dificuldade em se criar esses tipos de medicamento para o Vírus Respiratório Sincicial, já que ele tem uma porção da proteína que é fixa e outra que se modifica. Segundo o médico, a parte mutável faz com que o vírus “drible” as defesas do organismo de tempos em tempos.

Os pesquisadores analisam e monitoram justamente essa parcela da proteína e a sequência de aminoácidos que a compõem. O que foi descoberto é que há uma limitação no “repertório” de combinações, as quais acabam por se repetir ciclicamente. Isso significa um avanço no sentido em que, dessa forma, cientistas têm o caminho aberto para testar os agentes corretos que possam combater a ação do vírus.

Durante os períodos mais frios do ano na região Sudeste do Brasil, o número de casos envolvendo o VRSH aumenta. “Os atendimentos pediátricos no pronto-socorro do HU simplesmente dobram em relação a outros períodos. Em dezembro ou janeiro temos de quatro a 4,5 mil atendimentos, enquanto maio e junho chegamos a oito ou nove mil”, conta Gilio. Ainda conforme o médico, grande parte desses casos a mais é composta por bronquiolite, doença em que o Vírus Respiratório Sincicial é a causa em até 90% das vezes.

O estudo foi resultado de 10 anos de pesquisa com 568 pacientes, grande parte crianças internadas no Hospital Universitário. Para Alfredo Gilio, a elevada quantidade de amostras analisadas e o longo período tomado são características de pesquisas do tipo. “O estudo tem características mais da virologia que de estudo clínico, e esse é o mérito da parceria HU e o Instituto de Ciências Biomédicas da USP”, diz ele. “E é um ganho social. Sempre os médicos estão pensando em quem ganha lá na frente, que é o paciente”, completa.

Além do Hospital Universitário, pesquisadores de outros institutos estão envolvidos nas descobertas. O Instituto de Ciências Biomédicas da USP é uma das instituições, mas junto dele estão os Institutos de Medicina Tropical, o Adolfo Lutz, e o Butantã.

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