ISSN 2359-5191

13/05/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 23 - Sociedade - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Professor israelense defende exclusão de Irã da ONU

São Paulo (AUN - USP) - Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã que já negou o Holocausto, planeja viagem ao Brasil para depois das eleições em seu país, dia 12 de junho. Em função disso, o Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da USP(LEI-USP) promoveu mesa redonda para a discussão do anti-semitismo. No evento, Raphael Israeli, professor da Universidade Hebraica, disse que a ONU deveria expulsar o Irã do grupo. “A ONU tem que dizer que o Irã não pode ser um membro, já que defende a destruição de um país, de um povo.”

Professor de História islâmica e do Oriente Médio, Israeli falou sobre a discriminação por parte dos povos árabes. “Alguns textos dizem que os judeus são escolhidos por Alá para viver na miséria e são descendentes de macacos e porcos”.Sobre o caso específico do Irã, disse que o país é abertamente anti-semita e “pretende acabar com o povo judeu” e, por isso, deveria ser expulso da Nações Unidas.

A mesa redonda também teve as participações do jornalista Caio Blinder e da professora da Universidade de Paris-Sorbonne, Mireille Hadas-Lebel, que falou sobre origens das hostilidades sofridas pelos judeus através da história. Ela afirmou que textos ofensivos aos judeus existem desde o primeiro século. “Textos com este teor já eram escritos em Roma e os romanos mataram mais judeus que qualquer outro povo, que qualquer outra época”, disse a historiadora.

Caio Blinder, um dos integrantes do programa Manhattan Connection, da GNT, disse que o presidente do Irã, Ahmadinejad, é “anti-semita e intolerante”. O jornalista fez questão de declarar-se judeu logo no início de seu discurso e mostrou pequenos textos de internautas, leitores de seu blog, que o ofendiam devido a sua religião. “Ás vezes eu escrevo sobre temas como economia e Obama, e mesmo assim recebo comentários dizendo que eu sou mesmo um judeu safado, que meu povo é recalcado e doentio. Chegaram até a xingar de comunista judeu cretino.”

Blinder e Israeli ainda ressaltaram o papel da cultura e educação que as crianças recebem em países como o Irã, que acaba levando a se tornarem adultos intolerantes. “As crianças são educadas assim, em meio ao preconceito, à intolerância, ao anti-semitismo. É óbvio que elas vão crescer odiando os judeus”, disse Blinder.

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