ISSN 2359-5191

13/05/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 23 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Combate da gripe A pelo Ministério da Saúde é elogiado por professor da USP

São Paulo (AUN - USP) - A gripe A, chamada equivocadamente até pouco tempo de “gripe suína”, vem chamando a atenção da opinião pública mundial e já tem casos confirmados no Brasil. Marco Antonio Stephano, professor doutor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, avalia como correta a postura do Ministério da Saúde diante do combate à doença.“O Brasil está atendendo a todas as exigências da Organização Mundial de Saúde. Em nenhum momento cruzamos os braços ou fomos negligentes”, afirma.

Para o professor, que trabalha no Departamento de Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica da Faculdade, o pânico e a especulação em torno da doença só têm o poder de atrapalhar as medidas para resolver o problema. Pela desinformação, uma pessoa pode ter sintomas e não procurar um médico por medo de ficar internada ou por se recusar a acreditar que é portadora da doença. “Nesses casos, é impossível conter a epidemia e aí reside a importância da conscientização”, explica Stephano.

Um primeiro esclarecimento realizado pelo professor é que a anteriormente denominada “gripe suína” não veio do porco. O vírus dessa gripe possui elementos genéticos oriundos de vírus aviários, suínos e humanos, tendo provavelmente sofrido mutações enquanto passava por essas espécies animais.

Stephano explica que o vírus da influenza é dividido em três tipos: A, B e C. Os tipos B e C não causam gripes fortes. O tipo A é dividido em vários subtipos, que são classificados por duas proteínas que tem em sua superfície: uma chamada hemaglutinina (H) e outra chamada neuramidase (N). Todas as pandemias que já ocorreram foram causadas pelo tipo A. A Gripe Espanhola, a primeira pandêmica, ocorreu em 1918 e foi causada pelo H1N1. Hoje calcula-se que entre 50 e 100 milhões de pessoas morreram em decorrência dessa gripe histórica. Mais tarde, houve pandemias mais leves, como a do vírus H2N2, que matou cerca de três milhões de pessoas, em 1957, e a do H3N2, que vitimou um milhão em 1968.

Mas o que há de diferente nesse vírus que estampa as capas de jornais do mundo todo em 2009? O professor explica que o vírus da gripe A teve uma baixa letalidade para representantes da terceira idade e crianças, que são as vítimas tradicionais da gripe comum por serem mais vulneráveis imunologicamente. A gripe A matou pessoas principalmente entre 25 e 55 anos. Além disso, quando são acometidas pela gripe comum, essas faixas da população geralmente não morrem diretamente pela doença, mas por complicações de saúde causadas por ela. Em contraste, as vítimas da gripe A faleceram por insuficiência respiratória pelo vírus, e não em virtude de outras complicações. “O diagnóstico precoce é essencial, porque o tratamento somente é eficiente em 90% dos casos nas primeiras 24 horas”, diz o professor.

Stephano afirma que a vacina para a gripe A tem certa urgência. A razão é que o inverno no Hemisfério Norte está acabando, e daqui a seis meses começará uma nova estação fria. Nesse meio tempo, o vírus ficará incubado em animais, como porcos, aves, cães e gatos. No próximo inverno, ele pode voltar com uma virulência maior porque já passou por outras transformações em animais. “Por esse motivo, essa estirpe de vírus tem que estar presente na próxima campanha de vacinação”, finaliza o professor.

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