ISSN 2359-5191

15/05/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 24 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Quadros humorísticos podem combater o preconceito

São Paulo (AUN - USP) - Os tipos estereotipados do humor podem ser uma forma de combater o preconceito existente contra certos grupos. Um exemplo é o personagem Vera Verão, que foi interpretado por Jorge Lafond. “Era adorado pelas crianças e uma forma das pessoas verem com mais naturalidade homossexuais efeminados”. Essa foi a afirmação do ator Marcelo Médici, conhecido por, entre outros personagens, interpretar o estereótipo corinhiano Sanderson no humorístico A Praça é Nossa. Ele foi o convidado da 42ª edição do já tradicional evento Café Acadêmico, organizado pela Agência de Comunicação ECA Jr., empresa júnior de publicidade e relações públicas da Escola de Comunicações e Artes da USP.

O ator participou de um bate-papo descontraído. Com um público médio de 250 pessoas, os participantes dispunham de fartas mesas com cafés, refrigerantes e outros quitutes. Médici contou um pouco da sua história, como se tornou ator, sua formação no Teatro Escola Célia Helena, suas primeiras participações na TV e sua paixão pela arte teatral. Os alunos puderam tirar dúvidas e fazer perguntas. O ator foi questionado sobre seu personagem gago numa novela global, se aquilo não era uma forma de firmar preconceitos e satirizar uma condição que é hereditária. Marcelo afirmou, “no humor não existe politicamente correto, mas eu tenho meus limites”. Ele disse que ao interpretar o açougueiro gago Fladson da novela Belíssima, fez um intenso trabalho de pesquisa sobre a gagueira, chegando até mesmo a se aproximar de associações que defendem o direito das pessoas que sofrem com esse tipo de condição.

Sobre tendências do teatro no Brasil, Marcelo comentou sobre a invasão da Stand-Up Comedy. Ele próprio é um dos fundadores do espetáculo de comédia Terça Insana. “A gente não tem como fugir disso, a globalização se repete em vários aspectos, inclusive no humor”, comentou o ator. Ele afirmou que o formato se adaptou bem no país, os personagens são menos exagerados, mais leves e maliciosos, com a cara do brasileiro.

Outro formato importado são espetáculos musicais estilo Broadway. Apesar do sucesso, são produções caras que não desenvolvem o que é produzido internamente. Mesmo tendo feito a versão brasileira do musical americano “Sweet Charity”, ao lado de Cláudia Raia, Médici afirmou que, no momento, dá preferência para participar de produções nacionais, cujo produto tem se revelado extremamente bom. Exemplo dado foi o musica “Sete”, escrito por autores brasileiros e com músicas feitas pelo cantor e compositor Ed Motta. Os musicais são formas de explorar outras facetas do ator, não só a interpretação, mas também o canto e a dança, disse Médici. Durante as perguntas, Marcelo deu uma palhinha de alguns dos seus personagens mais conhecidos, imitou sua atual diretora, Marília Pêra, que o dirige na peça “O Mistério de Irma Vap” e ajudou no sorteio de brindes aos presentes no evento. Ao final do café, foi aplaudido de pé pelo público.

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