ISSN 2359-5191

08/06/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 29 - Saúde - Instituto de Química
Nova técnica de detecção de metais pode melhorar saúde de populações costeiras

São Paulo (AUN - USP) - Uma nova forma de determinar a presença de pequenas quantidades de metais na água do mar foi apresentada durante um seminário realizado recentemente no Instituto de Química (IQ) da USP pela mestranda Ana Paula Ruas de Souza. Graças ao procedimento desenvolvido, é possível detectar a presença de metais no mar sem que se utilize mercúrio, altamente tóxico. Esses metais, presentes na água, poderiam causar problemas de saúde para as comunidades costeiras.

O cádmio e o zinco, que são os elementos que a técnica desenvolvida por Ana Paula pretende detectar, podem ser encontrados em baixas concentrações nas regiões costeiras, principalmente nas mais industrializadas. Ao serem ingeridos por peixes, principal fonte de alimento da população local, os metais acabam se acumulando no organismo dos seres humanos. Essa acumulação faz com que o nível de cádmio e de zinco no corpo das pessoas chegue a grandes quantidades, passando a causar vários problemas de saúde, como baixa fertilidade, diminuição das defesas imunológicas, redução da taxa de crescimento e outras doenças que podem até mesmo levar à morte.

O procedimento desenvolvido pela mestranda faz uso de um eletrodo de carbono vítreo que teve a sua superfície modificada com um filme de bismuto. O bismuto forma uma "liga fundida" com os metais, de maneira similar ao que faria o mercúrio, mas sem o grande nível de toxicidade desse elemento. Com esse eletrodo, é realizada a técnica de "stripping", que consiste na aplicação de um potencial elétrico na solução, fazendo com que os metais sofram redução e se acumulem na superfície do eletrodo. Após isso, é realizado um aumento no potencial aplicado, o que faz com que os metais acumulados sofram oxidação e retornem para a solução. Ao serem oxidados, eles liberam um sinal de corrente elétrica. A intensidade desse sinal varia com a quantidade de metal presente na solução que havia se depositado no eletrodo.

No entanto, a pesquisadora afirma que o limite de detecção dos elementos ainda é muito elevado. Isso dificulta a análise, já que os metais se encontram em concentrações muito pequenas nas amostras de água do mar. Dessa forma, os tempos de depósito dos metais na superfície do eletrodo devem ser aumentados para a obtenção de melhores resultados.

A próxima etapa da pesquisa será a análise da água do mar na área do sistema estuarino lagunar Cananéia-Iguape, localizado na região costeira do sul do estado de São Paulo. Para a realização da análise nesse local, Ana Paula pretende fazer uso da tecnologia de microeletrodos, que apresentam muitas vantagens. Entre elas, está a capacidade de transporte de massa mais eficiente, o que elimina a necessidade de agitação da solução, permite a análise do meio mesmo com alta resistência e faz com que exista uma melhor relação sinal/ruído. Além disso, esse equipamento também é muito mais simples, barato e portátil do que a versão de tamanho convencional.

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