ISSN 2359-5191

09/06/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 30 - Sociedade - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Estado brasileiro é máquina opaca

São Paulo (AUN - USP) - O Brasil sofre com a falta de transparência gerada pela não-prestação de contas por parte da classe política. Essa é a opinião do jornalista e professor da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP), Eugênio Bucci. Para ele, o Estado brasileiro e maquina opaca. Em palestra, na V Semana de Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP) da mesma universidade, falou sobre os desafios da juventude perante o cenário sócio-político atual, recordou sua época de militância estudantil e reconheceu a importância da imprensa para a manutenção da democracia.

Brasília perde sua credibilidade com o surgimento de freqüentes novos escândalos; a cultura da mordomia ainda impera, contudo nunca houve tantas denúncias que chegassem ao conhecimento dos cidadãos. Para o jornalista, vive-se um período em que as bases da democracia devem ser retomadas com vigor. E o papel da sociedade nessa empreitada é o questionamento. É preciso se questionar sobre em que medida a sociedade controla seus representantes, se há legitimidade por parte do Congresso para aprovar regras para si próprio. Para ele, somente com essa postura há alguma possibilidade de diminuir a obscuridade por parte dos representantes.

Bucci, que entrou na ECA-USP em 78, lembra-se das reuniões estudantis no prédio das Ciências Sociais na FFLCH em que se discutia o cenário político da época. Fala também do anseio dos movimentos sociais pelo nascimento de uma Assembléia Constituinte e pela realização de eleições diretas, na época em que era presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto da Faculdade de Direito da USP. Entretanto, frisa que não deve haver um saudosismo exacerbado por parte dos jovens de hoje. Cada geração tem seu papel e a juventude deve confiar em sua percepção para lidar com seu tempo.

Crê que a imprensa igualmente possui papel indispensável nessa conjuntura. A democracia é bandeira comum pelas liberdades, principalmente a de expressão. O direito à informação é algo intrínseco à instituição. Assim, quanto maior a ação e a presença do jornalismo, mais a democracia fecunda. Entretanto, salienta que não cabe a ela uma posição de instância julgadora. E para haver uma maior e mais justa participação na busca por transparência se faz necessário a existência de uma variedade de diários independentes, o que não ocorre no país.

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