São Paulo (AUN - USP) - Um novo formato de jornalismo se desenha nas páginas do jornal. Segundo Mario Kanno, formado em publicidade pela Escola e Comunicações e Artes da USP, o jornalismo se reinventa por meio da infografia. A técnica consiste em nada mais do que transformar as informações apuradas e coletadas pelo jornalista em imagens. Segundo pesquisa do instituto poynter.org, especializado no estudo do jornalismo no mundo, 80% dos leitores leem os infográficos numa página de jornal.
Kanno é editor adjunto de arte da Folha de S. Paulo, trabalha com jornais há mais de 20 anos e ganhou os principais prêmios de design aplicado ao jornalismo do Brasil, o Prêmio Abril e o Prêmio Folha. Em recente palestra aos alunos do curso de Jornalismo da ECA, ele disse: "tem toda uma escola que ensina vocês a apurarem (...) mas nem sempre isso serve direito aos leitores". O jornalista pode fazer mais pelo seu leitor.
“O texto não precisa ser em parágrafos. A gente não pode ficar jogando informação bruta para os leitores, podemos dar algo melhor para eles". É a nova dinâmica da informação: mais dados em menos tempo, utilizando-se das imagens. Por meio da infografia, o leitor pode absorver melhor e de maneira mais rápida a enorme quantidade de dados e informações apuradas pelo jornalista. “O texto pode ser digerido, dividido em pedaços por meio da parte gráfica. Aliás, esta deve ser uma preocupação do jornalismo, já que a parte gráfica também representa a realidade”.
Em Fevereiro de 2008, o professor da Universidade de Navarra e considerado um dos "magos" do design de jornais, Javier Errea, publicou um artigo no blog “visualmente”, proclamando a seguinte tese: "Só a infografia salvará os jornais". Aos poucos, a tese é ratificada. Exemplos? No Brasil, Super Interessante e Mundo Estranho, ambas revistas da Ed. Abril, são publicações quase totalmente baseadas em infográficos e dominam entre o rank das mais vendidas no país.