São Paulo (AUN - USP) - Como é fazer uma revista mensal? Thiago Melo, designer e responsável pela reestruturação gráfica da revista Bravo!, da Editora Abril, explica: “Na academia você tem a técnica, o fundamento básico de edição, mas é um trabalho realmente duro e imprevisível”. Segundo Thiago, um dos fatores de maior importância e decisão no sucesso de uma capa é a sorte.
“Capa é para vender revista”, mas, mesmo tendo uma boa capa, tecnicamente falando, ela pode não ser um sucesso de vendas na banca. Em palestra, dirigindo-se especialmente aos alunos de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes da USP, Thiago disse que o “rosto da revista” deve estimular as pessoas. “O que leva um ser humano a comprar um produto de informação num mundo onde ele o poderia ter de graça?”. Para conseguir esse efeito, Thiago falou que a capa deve atrair a atenção e estar em consonância com assuntos atuais.
O designer fez uma comparação entre a pirâmide de necessidades de Maslow, uma estrutura que hierarquiza as necessidades do ser humano, com os itens fundamentais para se fazer um bom jornalismo, tanto texto como design. Segundo Thiago, cada nível tem seu correspondente jornalístico, que, do mais baixo ao mais alto, são: imagem, manchete, marca, aceitação e aprendizado.
O primeiro nível, a imagem, corresponde à realização das necessidades fisiológicas do ser humano. Uma boa foto ou ilustração aguça os sentidos do leitor àquele produto. Em segundo lugar, a manchete, que representa a segurança do indivíduo, é a forma do leitor se sentir acolhido e introduzido ao assunto tratado na revista.
O terceiro ponto levantado por Thiago é a marca, que em Maslow são as relações afetivas e sociais. Segundo o designer, o consumidor de banca tem uma “história com a publicação” e deve se sentir confortável com aquele determinado título. É um dos fatores de decisão na compra de uma revista segmentada que possui várias concorrentes. Em quarto lugar, Thiago coloca a aceitação representando a estima. É a confiança que o leitor deposita naquele veículo.
O último ponto é o aprendizado como forma de realização pessoal. O indivíduo se faz plenamente satisfeito com seu produto quando deste ele pode depreender algo que possa ser levado e aplicado na sua vida.