São Paulo (AUN - USP) - “Se não for repensada, a faculdade não sairá do caminho que está agora, que é a autodissolução”. Foi o que disse Franklin Leopoldo e Silva, professor da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH) em palestra que fez parte das comemorações de 75 anos da faculdade.
Franklin disse que o aluno que entra no primeiro ano já é encorajado a pensar só em si mesmo, nas notas que vai obter, no estágio que vai conseguir e no seu emprego e salário futuros, idéia que segundo ele não deveria ser comum, já que o aluno deveria pensar um pouco mais na Universidade e na sociedade como um todo.
Segundo Franklin, a Universidade deve ser repensada politicamente e é indispensável esquecer o que chamou de presentismo ou atualismo. Para ele, o que existe hoje é o enaltecimento do presente e que isso só pode acarretar um futuro de intensificação das características deste presente. Franklin falou que quem sente que está certo, sem questionamentos, não vai querer mudar e “vai seguir na mesma trilha”.
O professor falou que conhecer a história é essencial para a vida das pessoas e que o esquecimento do passado é a grande causa da falta de crítica do presente. “Quem não sabe onde se encontra, não sabe para onde ir”.
De acordo com ele, a incapacidade de lidar com a história, no entanto, não é próprio da Universidade, é um problema de nossa sociedade. Franklin também explicou que a importância da história não deve ser confundida com nostalgia. “Trata-se de uma percepção mais universal, ligar a idéia de universidade e sua história”.
“Sem crítica do presente não há nenhum desafio para o futuro nem dilema para o próprio presente. Precisamos de uma revalorização da história”, concluiu Franklin.