ISSN 2359-5191

25/09/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 18 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Tecnologia agiliza análise de combustíveis

São Paulo (AUN - USP) - Capacidade para analisar a qualidade de até 70 amostras de combustível por dia e esquema montado para detectar mais rapidamente as porções adulteradas são as principais melhorias alcançadas com as novas instalações do Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), inauguradas na semana passada.

Segundo o diretor técnico do Instituto, Francisco Nigro, desde 1999 o IPT tem um contrato com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) para realizar ensaios com amostras de postos de combustíveis do Estado de São Paulo. O número de ensaios efetuados, no entanto, era limitado devido às instalações do laboratório. Agora, com os novos equipamentos, o IPT poderá ampliar sua área de amostragem para 700 postos mensais do estado, não só da capital como também de cidades do litoral e próximas ao Rio de Janeiro. Também realizam esse trabalho em âmbito estadual laboratórios da Unicamp e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Para a amostragem, o IPT sorteia os postos nessas regiões analisadas e recolhe amostras de gasolina, álcool e diesel. Analisa a qualidade desse material. Caso alguma amostra apresente valores não compatíveis com os limites estabelecidos pela ANP, os técnicos submetem-na a uma análise mais detalhada, como a cromatografia e a adição de marcadores químicos nos solventes.

O resultado desses ensaios é mandado então para a ANP, que verifica se há ou não uma espécie de tendência nas adulterações – como serem todas provenientes de uma mesma rede de postos, ou de uma única distribuidora – e a partir daí toma as providências necessárias. Ao IPT cabe somente, portanto, monitorar a qualidade. Essa preocupação com a adulteração e a qualidade dos compostos, explica Nigro, deve-se ao fato de que no Brasil realiza-se muito uma prática ilegal de misturar ao combustível produtos que saem da indústria petroquímica com impostos menores.

O Instituto atua desde os anos 40 na área de combustíveis e lubrificantes. A partir de 1997, quando o sistema de controle de combustíveis deixou de ser restrito à Petrobrás e houve então uma desregulamentação do mercado para outras distribuidoras e importadoras, o IPT começou a investir para aumentar a capacidade de ensaios – realizava até então poucos por mês. Percebeu que em um mercado mais pulverizado a demanda por análises de qualidade seria maior. Além do contrato com a ANP, assinou também em 1999 um acordo com o Fundo Setorial do Petróleo (CTPetro) para desenvolver um projeto de pesquisa sobre comparação de medições. Para as novas instalações do laboratório, o Instituto contou com cerca de R$ 500 mil em recursos próprios e R$ 1,4 milhão provenientes do CTPetro.

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