São Paulo (AUN - USP) - No dia 24 de junho, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), na USP, completou 110 anos de existência. Em evento interno, o diretor-presidente do Instituto, João Fernando Gomes de Oliveira apresentou a agenda oficial da data, que inclui a inauguração de mais de sete laboratórios modernizados e o lançamento da pedra fundamental de dois novos prédios (o centro de Bionanomanufatura e o laboratório de Ensaios Mecânicos Pesados). Até 2010, cerca de R$ 160 milhões, entre investimentos do governo do Estado e do BNDES, terão sido aplicados no Instituto.
O IPT encontra-se em meio a um projeto de modernização, iniciado em 2008, que contempla três frentes: recursos humanos, infraestrutura laboratorial e gestão. “Nós vamos investir o equivalente a 30 anos em apenas três anos. Com isso, teremos a modernização dos laboratórios e a expansão das áreas de atuação”, diz João Fernando.
Em termos de infraestrutura, o IPT reinaugura até o fim do ano uma série de laboratórios, como o de Corrosão e Proteção e o de Ensaios Navais, dentre outros, totalmente renovados. Além disso, o Instituto também estréia em novas áreas de pesquisa. “Um exemplo de área nova onde o IPT não atuava é o Laboratório de Estruturas Leves, com conceito novo”, explica João Fernando. “O IPT não trabalhava muito com fibras de carbono, não tinha tradição em produção de compósitos (materiais constituídos pela aglutinação de duas ou mais substâncias), mas isso mudou com a demanda de vários setores industriais como o de petróleo e gás, o aeroespacial e o automobilístico”.
Outra nova área de pesquisa é a bionanotecnologia, que agrega dois campos de estudo: a biotecnologia , que estuda a otimização e emprego de microorganismos na geração de processos e produtos inovadores; e a nanotecnologia, que estuda o emprego de materiais em escala nanométrica (um bilhão de vezes menor que o metro). “O centro de bionanotecnologia está procurando inserir o IPT em uma nova frente que são as novas organizações dos materiais”, declara o diretor. “Essas descobertas, que são a base da nanotecnologia, tornam possível que se possa produzir, por exemplo, um recobrimento numa superfície onde a poeira não se adere, ou uma superfície bacteriostática, com nanopartículas que não permitem que as bactérias se proliferem.”
Em termos de recursos humanos e gestão, o Instituto está investindo no envio de pesquisadores para o exterior (Alemanha, Itália, Portugal, Inglaterra e EUA), na contratação de novos profissionais e na integração do sistema gestor. “O IPT tinha mais de 20 programas independentes, e estamos transformando isso tudo num pacote de gestão corporativa”, explica João Fernando.
O IPT nasceu do laboratório de Resistência de Materiais, pertencente à Escola Politécnica de São Paulo. O laboratório desvinculou-se da POLI em 1899 e tornou-se instituto em 1934. Trata-se de um dos principais órgãos de pesquisa do país, sendo um dos grandes responsáveis pela evolução industrial brasileira ao longo dos anos.