São Paulo (AUN - USP) - A Brinquedoteca da Faculdade de Educação da USP iniciou neste semestre a digitalização de seu acervo bibliográfico, um dos mais ricos do Brasil, segundo Tizuko Kishimoto, coordenadora do Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos (Labrimp), de onde a Brinquedoteca faz parte. A coordenadora conta que o acervo é referência no Brasil para pesquisadores que buscam, por exemplo, por conteúdos para escreverem livros sobre brinquedos. A meta é fazer um banco de dados integrado com o acervo já digitalizado do Museu da Educação e do Brinquedo (MEB), localizado no mesmo prédio, e disponibilizar todo o material na internet.
Além de um acervo bibliográfico sobre jogos e brincadeiras, a Brinquedoteca conta também com materiais e brinquedos, dispostos em cantos temáticos de modo a permitir uma interação maior da criança com eles. A divisão em temas, como o canto do mercadinho e da leitura, também permite uma maior convivência social entre os visitantes e estimula a livre expressão da criança por meio das diferentes linguagens.
Boa parte dos brinquedos é doada. A coordenadora conta que no início dos anos 90, a Brinquedoteca tinha convênio com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedo (ABRINQ) que levava à Universidade novos produtos para serem testados e, em contra partida, doava exemplares dos brinquedos à Brinquedoteca. Depois da entrada dos asiáticos nesse mercado, provocando perdas aos fabricantes brasileiros, parcerias como essas ficaram mais difíceis de acontecer e hoje as doações, em geral, estão menores.
Recursos escassos, quando o assunto é educação, nunca foi novidade no Brasil. A coordenadora conta que está constantemente buscando apoios e parcerias para implementar as mudanças planejadas, como as previstas para a área externa da Brinquedoteca. Busca-se reformar o brinquedo de água, criar um ambiente seguro para brincadeiras com bicicleta, skates, bolas e argolas. Também estão nos planos um tanque de areia para um brinquedo doado pela Unilever e já instalado, uma área de gramado e outra de jardins e ervas. Hoje o principal colaborador é o Ministério da Cultura, junto com a Fundação de Apoio à Faculdade de Educação (FAFE).
Dentre os trabalhos atualmente desenvolvidos, a Brinquedoteca recebe uma vez por semana os alunos de 5 e 6 anos da Escola de Aplicação (EA) da Faculdade de Educação para exercerem seu o direito ao brinquedo e à brincadeira. É também uma oportunidade dos professores observarem seus alunos e se prepararem melhor para suas aulas, pensando em como trabalhar os interesses dos alunos por certos objetos.
Segundo a coordenadora, é a primeira Brinquedoteca do mundo a ser criada. Dentre as razões do seu surgimento está a necessidade de se ter um curso de formação de professores e educadores que exercite a prática e que não fique só restrito ao campo teórico.
A origem de seu espaço, em 1984, teve forte influência na criação de áreas lúdicas em outros ambientes como os hospitalares, que são atualmente obrigados por lei a oferecer esse tipo de serviços.
Mais informações sobre e Brinquedoteca, o Museu da Educação e do Brinquedo (MEB) e do Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos (Labrimp) podem ser obtidas no site www.labrimp.fe.usp.br.