São Paulo (AUN - USP) - É necessário traçar concepções mais claras e definidas sobre as etapas, objetivos, estratégias e tarefas do editor, afirma Cristina Yamazaki em dissertação de Mestrado defendida recentemente na Escola de Comunicações e Artes da USP, sob orientação da professora Maria Otilia Bocchini. O foco do trabalho foi a edição de textos na produção editorial de livros no Brasil.
A pesquisadora analisou e relacionou os manuais de editoração a prática dos editores de texto para propor uma sistematização no universo editorial. O trabalho abordou as várias fases do processo de intervenção no texto, como a preparação de originais e revisão de provas. O mercado editorial brasileiro de livros ainda não possui definições e distinções bem delineadas.
Ela fez um estudo do que já foi escrito sobre o tema e detectou escassez de bibliografia a respeito: “É uma área com muitas lacunas, pouco material e evidente indefinição de terminologia”. Disse que em países como França, Estados Unidos e Canadá, as definições terminológicas sobre editoração estão mais delimitadas e existem associações que regulam a profissão.
A editoração de um livro pressupõe a alteração de um texto de modo a melhor organizar as ideias do autor em informação acessível ao público ao qual a obra se destina. Para isso, as características estruturais do texto e a linguística são levadas em consideração.
Cristina enfatiza que editar um texto é muito mais do que eliminar erros gramaticais, é principalmente se preocupar com a compreensão do leitor. Embora não sejam tarefa do editor de texto a seleção e preparação dos originais, projeto gráfico, diagramação e, ainda, a produção gráfica para a impressão, é importante considerar essas etapas na hora de trabalhar num texto a ser publicado em livro.
A dissertação, intitulada “Edição de texto na produção editorial de livros: distinções e definições”, tem como objetivo apontar algumas distinções necessárias às pesquisas acadêmicas sobre edição de textos. Dessa forma, o trabalho contribui para a pesquisa, ensino e prática da profissão e da formação de pesquisadores e profissionais.
Para Cristina Yamazaki as terminologias deveriam ser mais discutidas nos cursos universitários de editoração para abrir um questionamento de qual é a prática desejável na profissão. “É fundamental pensar no conjunto de elementos necessários para que um profissional atue como editor de texto consciente de sua intervenção”.