São Paulo (AUN - USP) - A Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo-USP promove nos dias 24 e 25 de outubro o Seminário Internacional de Telenovela, reunindo pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Iniciativa da Comissão de Pós-Graduação, o Seminário integra as comemorações dos 30 anos de implantação dos cursos de Pós-Graduação na ECA e realiza-se em parceria com o Núcleo de Telenovela da Escola.
O evento será uma oportunidade única de encontro com especialistas para discutir o futuro das produções ficcionais televisas e, em particular da telenovela brasileira, diante das demandas produzidas pelo intenso fluxo internacional do gênero. Outro desafio que será discutido são as peculiaridades das expectativas das audiências de outros países e regiões.
O Seminário será constituído de mesas-redondas com a participação de pesquisadores como Jesús Martín-Barbero (ITESO-México), Milly Buonanno (Univ. Firenze – Itália) Lorenzo Vilches (Univ. Autónoma de Barcelona – Espanha), Nora Mazziotti (Univ. Buenos Aires – Argentina), Joseph Straubhaar (Univ. Texas – EUA), Isabel Ferin Cunha (Univ. Católica de Lisboa – Portugal), Thomas Tufte (Univ. Copenhagen – Dinamarca), Antonio La Pastina (Univ. Texas – EUA), Ana Uribe (Univ. Colima – México), Maria Immacolata Vassallo de Lopes (Univ. São Paulo – Brasil), Maria Lourdes Motter (Univ. São Paulo – Brasil) Ismail Xavier (Univ. São Paulo – Brasil) e profissionais ligados à criação, produção e exportação de telenovela.
Dentre os temas das mesas-redondas estão: as telenovelas como gênero latino-americano: instância de mediação cultural e vetor de desterritorialização; indigenização do gênero como apropriação local das produções internacionais: telenovela e identidades culturais, em especial o caso da telenovela “Vale Todo” como experiência de interculturalidade e as telenovelas brasileiras em Portugal; hibridizações e renovações do gênero; fluxos internacionais do gênero, proximidade e compartilhamento culturais.
História
A telenovela brasileira começou como uma tentativa incerta de transferir a radionovela para a TV. Sua fase inicial foi de implantação e transformação do folhetim tradicional para um esboço de teledramaturgia. Peças de teatro eram encenadas, o famoso teleteatro, germe da futura telenovela, inclusive com a migração da maioria dos atores do rádio e do teatro. Com os avanços tecnológicos, em especial a chegada do videoteipe, marcou-se uma nova etapa: a linguagem mudou, elaborou-se, com a possibilidade de corrigir erros, perdeu-se o calor das transmissões ao vivo. A primeira telenovela apareceu em 1963, exibida pela TV Excelsior, e chamava-se “2-5499 Ocupado”, mas sem sucesso. O êxito e a implantação vieram com a estréia de “O direito de nascer”. Já havia um mercado, o videoteipe e condições para uma produção semiqualificada. O gênero cresce e ganha público, profissionalizando e expandido-se com a conquista do mercado. A Rede Globo consolida-se com qualidade artística e maior produtora do gênero no país e começa a exportar as suas telenovelas. Na década de 90, Globo e Manchete produzem telenovelas regularmente e SBT e Band investem no gênero. Atualmente, a discussão paira sobre a questão do mercado, que visa à audiência pura e simples, que abandonaria o lado criativo da produção e apostaria no já certo vitorioso, homogeneizando a telenovela, e à exportação maciça e crescente do produto para outros países.
Local: Escola de Comunicações e Artes da USP
Data: 24 e 25 de outubro de 2002, das 9 às 18horas.
Taxa de inscrição: R$ 40,00 ( estudantes) R$ 80,00 (não estudantes)
Vagas limitadas
Informações e inscrições: Tel. (11) 3091.4068 Maria Eugênia
e-mail: imprensa@eca.usp.br