São Paulo (AUN - USP) - Uma reserva de Mata Atlântica, cavernas, fósseis e jazidas minerais atraem muitos turistas para o Vale do Ribeira (Sul de São Paulo). Apesar da grande riqueza natural, no entanto, boa parte da população sofre com o desemprego. A atividade mineradora já não é tão lucrativa, e o dinheiro gasto pelos turistas não permanece na região. Por falta de alternativas, alguns jovens esperam partir para cidades maiores. Procurando uma solução ligada à própria história local, a Oficina de Réplicas do IGc (Instituto de Geociências) iniciou há um ano um projeto com jovens do Bairro da Serra (Iporanga), vizinho ao PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira).
Os participantes, de 14 a 16 anos, aprendem a confeccionar réplicas de fósseis e artefatos arqueológicos, além de coletar amostras dos minerais importantes encontrados na região. Depois de embalado, o material é vendido a turistas e estabelecimentos de ensino. “Percebemos que seria uma boa oportunidade para divulgar a arqueologia da região e, ao mesmo tempo, proporcionar uma atividade aos jovens de lá”, explica o professor do IGc responsável pelo projeto, Luiz Eduardo Anelli. A Oficina (www.igc.usp.br/replicas) foi criada em 1998, depois que o Instituto proibiu o empréstimo dos fósseis originais a escolas e faculdades, já que frequentemente voltavam danificados.
A longo prazo, a idéia é construir um museu para abrigar os fósseis originais. Até agora, já foi reformada a casa onde é realizado o treinamento dos monitores que acompanham os turistas até as cavernas. Devido a algumas dificuldades, como a falta de material para produção de etiquetas e embalagens, e problemas de armazenamento (a região é muito úmida), o projeto deve sofrer modificações a partir de outubro. A Oficina pretende fornecer as réplicas já embaladas, prontas para a venda, até que haja infra-estrutura suficiente para que o projeto se sustente sozinho.