São Paulo (AUN - USP) - Projetos do Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP) estão sendo rejeitados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por falta de informações sobre o destino dos reagentes previstos em pesquisas. A Comissão de Ética Ambiental do IQ, responsável por indicar a melhor forma de descartar materiais segundo legislação vigente, não tem sido procurada por pesquisadores. Se feito de maneira inadequada, o descarte pode representar perigo à sociedade, já que há risco de danos à saúde e de impactos ambientais.
Paulo Monteiro, secretário da comissão, diz não saber quantos projetos deixam de ser aceitos pela Fundação por falta de dados, mas afirma que são muitos. Para Monteiro, a culpa pode ser da própria comissão que deixa de realizar ampla divulgação sobre as exigências da Fapesp. A divulgação é importante, pois, segundo o secretário, o procedimento ainda não é hábito entre os pesquisadores.
De acordo com Monteiro, os riscos sociais são reduzidos já que, quando recusados pela Fundação, os documentos são devolvidos ao pesquisador que é aconselhado a procurar a comissão. O procedimento impede que a pesquisa seja levada adiante sem que o método ideal para descartar reagentes seja devidamente esclarecido. Depois de consultado, o órgão leva no máximo uma semana para emitir parecer sobre os dejetos. Com posse e registro dos dados, o pesquisador pode enviar novamente o documento para análise da Fapesp.
A Comissão de Ética Ambiental também é responsável por analisar o destino de dejetos produzidos diariamente nos laboratórios do IQ. Sobre a possibilidade de a falta de informação de professores e alunos se repetir nesse caso, Monteiro pondera, "isso vai do docente ser ético". O secretário afirma que o procedimento já é amplamente conhecido e, portanto, não representa riscos para a sociedade, já que possui "funcionamento perfeito".