ISSN 2359-5191

11/10/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 20 - Economia e Política - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Equipe econômica dos presidenciáveis debate crescimento do Brasil

São Paulo (AUN - USP) - Como crescer? Para onde crescer? Essa foi a discussão proposta pelo 3o Seminário Internacional da USP. Para responder as perguntas propostas foram chamados os coordenadores dos programas econômicos dos dois candidatos à Presidência da República e professores de universidades nacionais e internacionais. O debate foi realizado pela Faculdade de Economia e Administração, pelo Departamento de Sociologia e pela Escola Politécnica da USP, no auditório Camargo Guarnieri.

Com uma mistura de palestras e debates, o seminário juntou pensadores bastante heterogêneos. No dia 8, Gesner Oliveira, coordenador da equipe econômica de Serra, expôs seu programa e participou de uma mesa redonda. No dia 9, foi a vez de Aloízio Mercadante, representante da equipe de Lula. Na mesa estavam presentes os convidados estrangeiros Barbara Stallings (Universidade de Brown, EUA), Meredith Woo-Cummings (Universidade de Michigan, EUA), Ha-Joon Chang (Universidade de Cambridge, Reino Unido) e Michael Storper (Universidade da Califórnia, EUA) que após as exposições formularam perguntas aos representantes dos presidenciáveis.

O destaque foi Aloízio Mercadante que além de ter sido o único palestrante que lotou a casa, conseguiu arrancar aplausos “de pé” da platéia. Mercadante foi elogiado por todos os convidados internacionais, que se disseram “surpresos com a brilhante explanação”. Mercadante explicou detalhadamente o programa do PT para crescer. Superávit comercial, investimento em habitação e educação, assentamento. Mercadante foi elogiado por ter tocado no ponto central do Brasil, na opinião dos convidados: a desigualdade social. Ponto pelo qual Gesner fora criticado, já que sua exposição nem passou perto da questão.

Ha-Joon Chang também cativou, após apresentar seu extenso estudo sobre o desenvolvimento dos países ricos. Ele argumentou que esses países só cresceram por terem tido um passado marcado pelo protecionismo e defendeu ferozmente que o Brasil só deve assinar um acordo de livre comércio com países com os quais ele possa competir, o que não é o caso dos EUA. Segundo ele, o fechamento não é a solução. Mas assinar um acordo com paises, como EUA ou União Européia, que têm mais recursos para desenvolver sua indústria e a tradição de subsídios para os setores menos produtivos, é legalizar uma dominação que já é suficientemente forte no âmbito econômico.

Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro da Fazenda, Yoshiaki Nakano, ex-secretário da Fazenda, e SP e Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, também deram os seus palpites. Gustavo Franco, voz dissonante no debate pela forte confiança no poder regulador do mercado, quando indagado se pretendia voltar a direção do Banco Central, respondeu que ficaria muito honrado, mas não aceitaria, qualquer que fosse o futuro presidente.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br