São Paulo (AUN - USP) - Em sua segunda edição, a revista online Escarlate se propõe a divulgar o fervor artístico que acontece nos bastidores da Universidade de São Paulo. A revista foi concebida por seis alunos do primeiro ano de jornalismo da USP, que se conheceram na ECA e decidiram iniciar um projeto independente para cobrir as deficiências do curso – voltado para o jornalismo impresso e carente de liberdade temática. “A gente não tem um laboratório de jornalismo cultural”, afirma Lívia Furtado, editora de literatura da revista Escarlate. Segundo ela, “ninguém cobre arte na USP” – nem mesmo a J. Júnior, empresa júnior de jornalismo da ECA, divulga a vida cultural da Universidade. Para os futuros jornalistas, isso vai contra a própria natureza do curso. “O interesse geral em várias coisas leva à escolha do jornalismo como profissão”, explica Alexandre Dall’Ara, editor de teatro.

Apesar de ainda não ter um estilo definido, o projeto já mostra ousadia e inovação desde suas primeiras publicações. O próprio nome “Escarlate” foi escolhido porque vermelho é a cor do pecado, da paixão e da arte. Yasmin Abdalla, editora de cinema e idealizadora do projeto, comenta que o jornalismo cultural costuma ser muito associado à crítica. A proposta da revista é exatamente o contrário: analisar os acontecimentos que compõem a vida artística da Universidade. E os futuros jornalistas refletem esse objetivo nas próprias entrevistas. “A entrevista não é uma técnica fixa, é uma interação constante, um diálogo entre o repórter e o entrevistado”, explica Yasmin.

Dividida em seis editorias, a revista Escarlate conta apenas com seis integrantes para alimentar o conteúdo quinzenal. “O plano agora é não deixar o projeto morrer – e atrair colaboradores”, diz Yasmin. Sua primeira edição foi publicada recentemente, no dia 22 de setembro – e, apesar da agenda lotada, os jovens jornalistas parecem ter um carinho especial pelo projeto. Alexandre Dall’Ara comenta que a riqueza da vida cultural uspiana é tanta que dá vontade de divulgá-la. Yasmin não poupa otimismo: “A gente quer que a USP inteira acesse nossa agenda”.

A equipe é formada por Lívia Furtado, Yasmin Abdalla, Alexandre Dall’Ara, Christiane Silva Pinto, Denise Eloy e Camila Camilo. Inspirados pela disciplina optativa “Narrativas da Contemporaneidade”, ministrada pela professora Cremilda Medina, os seis colegas têm em comum o amor pela arte e a vontade de fazer jornalismo. “Não é um projeto da ECA, é um projeto pessoal. Não queremos que esta seja uma obrigação. Escrevemos porque queremos”, diz Lívia. A revista pode ser acessada pelo site www.escarlate.weebly.com ou pelo twitter, através do perfil @_escarlate.