ISSN 2359-5191

18/10/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 21 - Saúde - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Docentes e alunos atendem gestantes em projeto da Enfermagem

São Paulo (AUN - USP) - O “Projeto Cuidando e Aprendendo com Gestantes”, do Departamento Psiquiátrico e Materno-Infantil da Escola de Enfermagem da USP, desenvolve, de maneira integrada, o ensino da profissão ao aluno, a pesquisa e o atendimento à população. Procura, dessa maneira, colocar em prática a parte teórica, atuando na avaliação da assistência pré-natal e ao recém-nascido e na educação da gestante no momento do trabalho de parto. A consulta é feita por um docente e por um aluno, exceto em períodos não letivos, em que atuam docentes, bolsistas do COSEAS e pós-graduandos. Esse trabalho tem sido muito procurado, prova da sua eficácia e da sua aprovação frente à sociedade.

A aplicação desse projeto é feita em uma instituição filantrópica, o Amparo Maternal, onde a escola atua há quase 30 anos. Vinculado à Igreja Católica, o “Amparo” segue a filosofia de atender a todos que lhe procuram, prejudicando um pouco a qualidade do trabalho. Para dar conta da demanda, por exemplo, o intervalo entre uma consulta e outra à gestante é maior do que o ideal: deveria ser uma a cada quatro semanas até o 8o mês, duas no 8o mês e uma por semana no 9o mês.

Quanto antes começar o pré-natal, maior a possibilidade de intervenção oportuna porque se conhece o organismo materno bem próximo das condições pré-gravídicas, permitindo a verificação de alterações. “A assistência pré-natal é difícil e não tem uma boa qualidade. Dizem que as mulheres que não procuram cedo, mas acho que é a estrutura do sistema de saúde que não dá conta de atender a demanda”, opina a professora Isabel Cristina Bonadio, responsável pelo projeto ao lado da professora Maria Alice.

Pré-natal do ponto de vista clinico é avaliar o crescimento e o desenvolvimento adequado do feto e se existe alguma modificação com a saúde da mãe. É um acompanhamento, não uma doença, e requer cuidados profissionais. Alguns exames são básicos, como o hemograma para diagnosticar anemia, urina 1 para prevenir uma infecção, VDRL que identifica a sífilis, HIV e Papa Nicolau. O Ministério da Saúde indica que esses exames sejam feitos no 1o trimestre da gravidez e novamente no começo do 3o. Além disso, recomenda-se, mensalmente, pesar e medir a barriga e a pressão arterial da gestante e ouvir o batimento cardíaco do bebê.

Mulheres de diversos lugares e em diversas situações procuram o “Amparo”, desde analfabetas e sem moradia, até pessoas empregadas e com nível universitário. “Elas gostam do atendimento porque é a Universidade que dá as diretrizes, buscando algo bem acadêmico, de acordo com o que se preconiza, e tentando conciliar com a filosofia da instituição”, explica a professora Isabel. Outro aprendizado é que os alunos já começam a ter contato com diferentes realidades sociais.

Em sua tese de Doutorado, a professora Isabel estudou as razões pelas quais as mulheres procuram tão assiduamente o “Amparo” e verificou que existe uma cultura que responsabiliza a gestante pela vida do bebê. “Se acontecer alguma coisa com o bebê ela, a sociedade e até mesmo os profissionais da área a culpam. As futuras mães têm idéia do que precisam e buscam cuidar da saúde neste momento”, conclui Isabel.

Outro trabalho feito pelas docentes e alunos é ensinar para as gestantes os sintomas do momento do parto. O que caracteriza mesmo o trabalho de parto são as contrações. A perda do tampão bucoso e do líquido da bolsa representam um sinal e a necessidade de observação.

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