São Paulo (AUN - USP) - Após cerca de um ano e meio fechado para inventário de seu acervo e organização de uma nova exposição, o Museu da Educação e do Brinquedo (MEB) da Faculdade de Educação (FE) da USP será reaberto ao público no próximo dia 27. Quem quiser conhecer brinquedos, jogos e brincadeiras de épocas variadas, não pode deixar de visitá-lo.
Nos anos 80, um grupo de educadores da FE USP, sob orientação da professora Tizuko M. Kishimoto, começou a estudar o lúdico e o brincar na educação infantil - os pesquisadores notaram que esses aspectos fundamentais da infância sofriam transformações importantes naquela década. Foi então que surgiu o Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos (Labrimp), hoje uma referência para os educadores que estudam o assunto. E a partir dele, em 1999, o MEB foi fundado.
Tudo começou com doações de uma boneca antiga aqui, um joguinho ali, que eram guardados em prateleiras no Labrimp. O espaço foi ficando pequeno para os brinquedos que chegavam a cada dia, além da procura para consultas e visitas, que foi aumentando gradativamente. Foi aí que os educadores perceberam que já havia ali material suficiente para a montagem de um pequeno museu.
"Desde sua fundação, o principal objetivo do MEB é trabalhar com a memória dos brinquedos e brincadeiras", diz Daniel Chiozzini, historiador que coordena o museu desde fevereiro de 2009, sob direção da professora Tizuko Kishimoto. "O potencial formativo do museu enquanto espaço educativo e de memória, que abrange a história da educação e do brincar, quer manter a conscientização de que o lúdico vivo pode contribuir para aproximar universos e facilitar as relações de convivência e de aprendizagem”, afirma Tizuko.
Acervo conta histórias
Hoje, o MEB é formado por um acervo de cerca de 1300 brinquedos e jogos de épocas variadas, desde aqueles que só os avós conhecem e que não se fazem mais, até outros mais recentes, como os eletrônicos e bonecas típicas de diversos países. Cerca de 200 peças fazem parte da nova exposição, como, por exemplo, os acessórios para casinha das décadas de 40 e 50, que dizem muito sobre a mentalidade da época em relação ao papel que a mulher deveria exercer desde sua infância.
Um vídeo game da década de 80 mostra o início da era dos brinquedos eletrônicos, hoje tão comuns. Há também um jogo de tabuleiro francês do final do século 19, um dos objetos mais antigos do acervo, que simula uma batalha do período conhecido como neocolonialismo, em que a França e outras nações industrializadas européias ocuparam militarmente regiões da África e Ásia. “Trata-se de uma iniciativa que visava naturalizar na criança valores como militarismo e a discriminação”, afirma Chiozzini.
Além disso, há ainda fotografias das décadas de 20 e 40, livros e materiais pedagógicos que oferecem aos visitantes uma viagem no tempo, mostrando como era o brincar em diferentes momentos históricos, culturas e classes sociais.
Visitas monitoradas
Daniel conta que o MEB recebe visitas de adultos e crianças. "São pesquisadores, educadores, graduandos e grupos de escolas do ensino fundamental e médio”, conta. “Oferecemos visitas monitoradas e suporte para estudiosos que desenvolvem projetos voltados à memória do brincar e das brincadeiras tradicionais”. Espaços do brincar, espaços do lembrar: memória e história de brinquedos e brincadeiras é o nome da nova exposição que o Museu inaugura no dia da reabertura, 27 de outubro. O telefone para agendar visitas de grupos é (011) 3091 2352.
SERVIÇO
MEB – Museu da Educação e do Brinquedo
Onde: Av. da Universidade, 308 - CEP 05508-040 - São Paulo – SP
Horário de visitação: segundas, quartas e sextas, das 13h30 às 16h30; terças e quintas, das 9h30 às 12h (os demais horários são reservados para atendimento de pesquisadores e grupos de educadores)
Quanto: entrada franca
Agendamentos de grupos: (011) 3091 2352. As visitas monitoradas de grupos de até 20 pessoas têm duração média de 35m e devem ser marcadas com 15 dias de antecedência