ISSN 2359-5191

12/11/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 82 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Projeto para Copa do Mundo é tema de palestra

São Paulo (AUN - USP) - Raquel Verdenacci, diretora do grupo de ações estratégicas da SPTuris, foi a convidada da 12ª edição do Veredas, encontro promovido pela Agência de Comunicação ECA Jr. para a discussão e atualização de questões relacionadas ao turismo. Ela tratou do projeto para receber a Copa do Mundo em 2014 em São Paulo, além da importância do planejamento de grandes eventos da cidade, como a Virada Cultural e o Grande Prêmio de Fórmula 1.

Primeiramente, ao falar de 2014, a palestrante enfatizou a necessidade de se pensar o perfil de quem vai às Copas. “Masculino, viaja em ‘bandos’, gosta de festas. E, provavelmente, após o uso dos seus ingressos vai sair de São Paulo para visitar outras localidades do país. Devemos aproveitar o período de estada aqui”.

Ela defendeu ainda a decisão de o Morumbi ser o estádio oficial, dizendo que a construção de um novo espaço sairia caro demais e causaria um impacto grande na cidade. “Seria difícil explicar o porquê de se construir um novo estádio se já há material suficiente. Foi decisão do governo revitalizar uma área onde há muitos problemas”.

Raquel explicou que os serviços da cidade, como o transporte, devem ser melhorados, dando como exemplo a capacitação dos taxistas. “Para a Copa do Mundo teremos de fazer algo mais radical. Não podemos depender, por exemplo, da boa vontade do taxista em querer melhorar, porque o bom serviço prestado por ele tem reflexo na imagem da cidade inteira. Devemos fazer algo mais forçado, como tornar a capacitação um requisito para o licenciamento do táxi”.

Outros eventos
Raquel falou também da Virada Cultural, que acontece em junho e oferece, durante 24 horas, uma ampla programação de shows e outros espetáculos. Inspirada nas Noites Brancas européias, a Virada foi pensada para ser mais longa, atendendo maior número de pessoas. No ano de inauguração, 2005, a Virada era pulverizada por diversas localizações da cidade, o que “não deu certo”. “Há uma programação de 24 horas e é impossível alguém saber o que fará nesse tempo todo. Nossa falha foi não ter um programa divulgado com a antecipação necessária. Assim, a Secretaria da Cultura passa a ser responsável por essa questão. Além disso, como mudamos tudo para o Centro (da cidade), a pessoa às vezes vai sem saber o que pretende ver, mas pode se encontrar, porque está num único lugar”.

Ela, porém, ressaltou que a Virada precisa de reformulação, referindo-se ao episódio de violência no show dos Racionais em 2007. “Se o uso do espaço público é tratado de forma democrática demais, como na última virada, nem todos sabem aproveitar. Há bebida, o que pode gerar violência. Faz-se esse tipo de evento para promover a imagem da cidade e, quando começa a haver problemas, o efeito pode ser negativo”. Em relação ao episódio do lixo neste ano, em que houve grande acúmulo devido a uma greve de garis durante a programação cultural, Raquel disse que, às vezes, na realização de eventos, tudo está certo entre todas as partes (secretarias) até a última hora, mas algo acaba dando errado.

Quanto ao carnaval, a questão tratada foi a da profissionalização. “Não posso vender um serviço para um turista dizendo que ele terá determinado produto e na hora não entregar. Não posso fechar com um patrocinador dizendo que haverá um certo enredo com pessoas desfilando vestidas de um tal jeito e depois não seguir isso”. Ela defendeu ainda a criação dos fossos internos que margeiam os muros do sambódromo, pois têm “evitado invasões de gente que não pagou o ingresso e superlotação”.

Em relação ao Grande Prêmio de Fórmula 1, Raquel disse ser a “menina dos olhos” da cidade. De acordo com ela, é o evento em que os turistas (estrangeiros e brasileiros) ficam menos tempo e gastam mais dinheiro, numa soma que chega a 260 milhões de reais. Além disso, a corrida gera 15 mil empregos.

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