São Paulo (AUN - USP) - O FAP-Livros é uma verba da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) destinada à compra de livros e e-books. A sexta edição do programa foi lançada em agosto e tem verba prevista de até R$ 25 milhões.
Na edição passada, foram quase 20 mil livros importados. A maior importância do programa está justamente na aquisição de títulos importados, que compõe a grande maioria do material adquirido, são livros muito caros que as bibliotecas teriam grande dificuldade em adquirir de outra maneira, alguns títulos ultrapassam US$ 2 mil.
Um aspecto curioso é que só o Departamento de Filosofia, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, foi responsável por mais da metade das indicações. A tendência é que seja assim também nesta edição, pois há, nesse departamento, uma grande mobilização por parte dos professores e pós-graduandos. Foram designados dois professores para receber e encaminhar as listas de todo o departamento de maneira a centralizar as informações. Fator preponderante, já que uma das exigências da Fapesp é de que um professor que tenha ligação com a instituição dê o aval para o pedido. Na Historia, por exemplo, um professor afirmou que tinha interesse em enviar pedidos, mas que, por não ter esse vínculo com a Fapesp, acabou por não indicar nada.
Já a Letras, que tem o maior número de alunos e professores, somados os seus cinco departamentos, solicitou apenas 4300 títulos. O departamento de História pediu apenas 1.075 obras e na Geografia não chegam a 300 títulos.
Novos números
Segundo a diretora técnica da biblioteca da FFLCH, Marisa Luchetti, este ano, os pedidos estão em 27 mil, podendo chegar a 30 mil, já que ainda há solicitações sendo compiladas, e a biblioteca tem até o dia 18 de novembro para enviar suas propostas. Além dos títulos remanescentes do FAP V que deverão ser enviados nesta edição.
Os dados desta edição ainda não foram divulgados. Há apenas algumas especulações para a área de Filosofia Medieval, que já havia tido destaque desde a edição passada e ao que parece indicará 8 mil títulos nesta edição, seguida pelos estudos germânicos com 6 mil títulos.
Uma sondagem entre os professores revela que são poucos os que solicitam. Alguns tinham uma vaga lembrança, outros nem mesmo sabiam do que se tratava e eram poucos os que enviaram alguma indicação. Entre os que enviaram, a quantidade de títulos é quase sempre grande como é o caso da professora Cristina Wissenbar de História da África que disse ter feito em torno 120 indicações.
Segundo a biblioteca, os professores são comunicados via e-mail, mas dos sites dos departamentos apenas o da Antropologia tinha uma chamada falando do FAP VI. Mesmo na Filosofia há problemas, o pós-graduando em Filosofia da Ciência Alex Carneiro ressalta que “já sabia do programa desse ano, mas os prazos internos não foram bem divulgados pelo departamento, que deveria ter comunicado também aos pós-graduandos, só fiquei sabendo na última hora, enviei umas 100 indicações, teria enviado muito mais”.
Os altos números do FAP-livros, ao que parece, só são possíveis porque aqueles que pedem costumam pedir muito.