São Paulo (AUN - USP) - A professora da Faculdade de Educação (FE) da USP, Gretel Fernandes, concluiu pesquisa sobre a qualidades de livros e apostilas de espanhol. Segundo Gretel, quase 80% dos professores da língua consideram o material melhor ou igual aos produzidos em outros países.
O estudo foi realizado com professores de espanhol de várias regiões do Brasil e com diversos tipos de formações. A pesquisadora realizou entrevistas e enviou questionários para os professores perguntando sobre seus métodos de ensino e a qualidade do material didático utilizado.
Segundo a professora, até o fim dos anos 80 praticamente não havia produção nacional de conteúdo didático. Nos anos 90, houve uma mudança e surgiram muitos materiais no mercado brasileiro, importados e nacionais. ”O que não estava claro era a qualidade desses materiais”, comenta Gretel.
O ensino de espanhol sofreu uma explosão de procura na última década, mas não haviam pesquisas sobre a qualidade do curso e dos materiais didáticos. Essa informação era importante para Gretel como professora e pesquisadora acadêmica e também como autora de livros.
Segundo a professora, a melhora da qualidade dos livros era uma coisa natural, devido ao “boom” do ensino da língua espanhola e conseqüente busca dos professores por uma formação diferenciada. Mesmo assim, Gretel ainda se preocupa com a qualificação dos professores de espanhol hoje em dia. Segundo ela, ainda existem muitos profissionais no mercado sem formação ou conteúdo adequados, o que diminui a utilidade de um bom material didático.
“Se não forem propostas mudanças e adequação à formação inicial dos professores, a tendência natural é que a gente não tenha uma boa qualidade de ensino lá na frente”, avisa a professora. E completa: “O objetivo é melhorar a formação inicial do professor para que ele seja um multiplicador com qualidade do conhecimento”.