São Paulo (AUN - USP) - Explicar melhor as teorias de Piaget e Gardner, acadêmicos que desenvolveram trabalho sobre o processo de aprendizado e inteligências múltiplas. Esse foi o objetivo da professora Sílvia Colleti, que recebeu recentemente, na FE-USP, cerca de 40 alunos do ensino médio do colégio Palmares, de São Paulo.
Tudo começou quando uma professora amiga de Colleti apresentou um artigo dela sobre inteligências múltiplas para sua classe do colégio Palmares. Com o interesse dos jovens, as duas conversaram e marcaram a palestra para explorar mais as teorias educacionais, aproveitando a oportunidade para apresentar a FE para a comunidade externa. Para a professora, o trabalho de Gardner deveria ser mais divulgado, principalmente para vestibulandos. “O teste das inteligências múltiplas é um exercício muito importante para o autoconhecimento. Acho que pode ajudar nesse momento da vida deles, para ajudar a tomar uma decisão mais consciente”, comenta.
O americano Howard Gardner, no começo da década de 80, começou a se questionar o que era a inteligência, pois não acreditava que ela se limitava à capacidade lógica e linguística medida nos testes de QI e cobrada nas escolas tradicionais. Baseado no conceito de inteligência como capacidade de resolver problemas e de se lidar com o contexto do mundo, ele a organizou em sete categorias: linguística, lógico-matemática, musical, espacial (habilidade para formar modelo mental de uma situação espacial), corporal-cinestésica (autocontrole e destreza nos movimentos musculares), interpessoal (habilidade para perceber as motivações e inibições das pessoas) e intrapessoal (habilidade para conhecer-se e administrar sentimentos pessoais). Para Gardner, todas as inteligências têm valor igual. Assim, talentos para a música ou para o futebol de uma criança têm tanta importância quanto suas notas na escola, talentos que são ignorados – e desperdiçados – na educação formal.
Os alunos ficaram animados e mostraram interesse na aula de Colleti. A estudante Ana Teresa Moraes Rodrigues, 17 anos, gostou da forma inclusiva com que o assunto é tratado por Gardner: “você consegue ver as pessoas como diferentes. Cada uma tem a sua inteligência e nenhuma pode ser descartada”.