São Paulo (AUN - USP) - A Escola de Enfermagem da USP, junto com o Programa Estadual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids trabalha, desde 1996, num projeto de capacitação de enfermeiros, buscando desenvolver ações de prevenção e controle. O financiamento é feito pelo Ministério da Saúde, com a participação da Unesco, e o ensino enfatiza tanto a parte teórica quanto a prática. São módulos de treinamento com temas diversificados e, no intervalo entre eles, os alunos elaboram um projeto de intervenção para o local onde exercem sua profissão.
Na linha pedagógica do treinamento, a teorização ocorre a partir de uma situação concreta e há uma reflexão sobre a prática, visando a uma mudança. Por exemplo, para se acrescentar um exame de diagnóstico da Aids em uma maternidade, primeiro os treinandos descrevem o que ocorre com a gestante quando ela chega ao local de trabalho deles. Depois, há uma discussão sobre essa prática e um aconselhamento com base na teoria. Aí, eles comparam com o que descreveram e elaboram uma proposta de intervenção. “É mais do que um aprimoramento porque há uma reflexão, uma teorização e novamente uma ação”, afirma a professora Renata Takahashi, uma das responsáveis pelo treinamento ao lado das professoras Ana Luiza e Lúcia.
O conteúdo desses cursos é baseado nas necessidades dos enfermeiros, apuradas através de um questionário para eles enviado. Já aconteceram dois, em que foram atingidos de 110 a 115 profissionais. Um em 1996 e outro em 1999, que serviram para implementar essas ações preventivas e de controle das DST/Aids e depois ampliá-las. “No primeiro, que durou oitenta horas, nós abordamos todos os aspectos da Aids e, no outro, fomos fazendo a atualização e a complementação”, explica Takahashi.
Existe um próximo projeto que já foi aprovado e está esperando a liberação da verba do governo. Hoje, os pacientes com DST/Aids são encaminhados para um serviço de referência, específico para esse tipo de doença. Com o Programa de Saúde da Família, o objetivo é que todas as unidades de saúde tenham condições de atender essa demanda e esses serviços de referência não existam mais. É uma proposta de horizontalização das ações e requer uma capacitação dos profissionais da área.