São Paulo (AUN - USP) - Assessor de imprensa deve estudar a formação da opinião pública, defende o professor Luiz Alberto de Farias, do Departamento de Relações Públicas, Publicidade e Turismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e também presidente da Asssociação Brasileira de Relações Públicas (ABRP). É importante saber como essa construção se dá através da mídia. O professor diz que a imprensa nunca foi onipotente nessa construção, a imprensa é apenas uma parte da mídia.
Ele destaca que a assessoria de imprensa não evoluiu tanto, o que cresceu foram as tecnologias, permitindo a criação das mídias sócias, por exemplo. As empresas, e também suas respectivas assessorias, devem ficar atentas como isso reflete nas pessoas, que deixam de ser passivas e passam a ser ativas na construção de sua realidade.
Para Luiz Alberto de Farias, entender como funciona o Twitter ou Facebook não é suficiente, porque todas essas redes sociais são muito voláteis, o importante é entender como o surgimento dessas redes reflete na construção da opinião pública.
Para o professor e presidente da ABRP, o jornalista que presta assessoria de imprensa está desempenhando uma função de Relações Públicas. Luiz Alberto de Farias, também formado em jornalismo, acredita que não é uma atividade jornalística escrever uma notícia sem colocá-la em cheque, “vai contra os princípios do jornalismo”, completa. É o setor de Relações Públicas que abarca essa mediação entre a empresa e a mídia.
Lúcia Nunes, dona da empresa LN Comunicação, que presta serviços de assessoria de imprensa, defende que esta é uma atividade de jornalistas. Em sua recente palestra no Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA, a jornalista que já trabalhou na Folha de S. Paulo, acredita que um bom assessor deve conhecer uma redação de um jornal e deve saber o caminho da notícia, desde o recebimento de um possível release, passando pela apuração, até a publicação da matéria.
O professor Farias discorda. Muitos jornalistas que entram para o mercado da assessoria de imprensa nunca passaram por uma redação. Para ele, a assessoria de imprensa vai muito além do que entender apenas a imprensa que pode variar de acordo com o veículo, deve-se entender como a empresa está localizada no mundo da informação. Para isso, um olhar estritamente jornalístico não é suficiente.
A migração de vários jornalistas para o setor da comunicação empresarial acontece porque as redações não conseguem abarcar o volume de profissionais, acredita o professor. Além disso, o setor é melhor renumerado, o que o torna mais atrativo.