São Paulo (AUN - USP) - Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP estudam processo de diferenciação de células que são o ponto central do desenvolvimento da medicina regenerativa. As chamadas células-tronco mesenquimais estão presentes principalmente na medula óssea e são capazes de se diferenciarem em diversas linhagens de células, como as que fazem parte do tecido cartilaginoso, ósseo e adiposo.
A produção de células-tronco na medula óssea depende de um microambiente adequado, uma espécie de “habitat” em que elas são estimuladas para serem produzidas, proliferadas, diferenciadas e amadurecidas, formando as células do sangue, como leucócitos, hemácias e plaquetas. A formação desse microambiente depende das células-tronco mesenquimais, que têm se mostrado promissoras como ferramentas terapêuticas.
Segundo o professor Ricardo Fock, coordenador das pesquisas, o uso dessas células para o tratamento de algumas doenças já é realizado, mas a grande maioria ainda apresenta diversos questionamentos a serem respondidos: “Quais os melhores tipos de células-tronco para serem usadas em cada doença, como introduzi-las no organismo humano, quais são e quanto tempo duram os efeitos gerados por elas, são questões que ainda precisam de melhores respostas”.
Para o professor do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da FCF-USP, outro fator que ainda precisa ser solucionado é o fato de alguns resultados obtidos em laboratório não poderem ser reproduzidos em pessoas. Compreender o comportamento das células “in vivo” por meio do estudo do microambiente, portanto, é um fator chave para o desenvolvimento das terapias celulares.
Iniciação científica
O laboratório de hematologia da FCF-USP realiza uma série de pesquisas com o objetivo de entender as alterações no sistema hematológico, que podem estar relacionadas com a produção de células-tronco.
Por meio da iniciação científica, incentivada pelo professor Ricardo Fock, os alunos podem participar desse processo: “O estudo do microambiente medular constitui um dos braços de estudo do nosso laboratório. Novos projetos estão sendo elaborados e novos alunos são sempre bem-vindos”, declara.