ISSN 2359-5191

27/03/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 02 - Saúde - Hospital Universitário
Hospital Universitário oferece curso gratuito sobre epilepsia para leigos

São Paulo (AUN - USP) - A epilepsia é uma doença que “todo mundo conhece na prática, mas as pessoas não sabem realmente o que é”, como constata Laura Ferreira Guilhoto, médica especializada em neurologia infantil do Hospital Universitário (HU) da USP. Para driblar essa carência de informações, a médica está oferecendo um curso gratuito voltado especialmente para os pacientes e seus familiares, ou seja, leigos no assunto. São também responsáveis pelo curso a neurologista Rosana Cardoso Alves e a Assistente Social Marina Gorete Pazeto de Menezes.

A alta incidência da epilepsia no país, entre 2 e 3 milhões de brasileiros, confirma a frase da neurologista e atesta a importância da iniciativa. Desde seus primeiros registros, em 2000 a.C., na Babilônia, a doença é cercada de preconceitos e dúvidas. Naquela época, acreditava-se que o doente estava possuído pelo demônio. Quatro mil anos depois, ainda é necessária uma luta contra a discriminação. No fim da década de 1990, a “International League Against Epilepsy” (ILAE), organização internacional que trata do tema, promoveu uma campanha mundial denominada “Epilepsy out of the Shadows” (epilepsia fora das sombras).Tanta mistificação deve-se em grande parte às crises, das quais uma das formas de manifestação são as convulsões, que costumam impressionar as pessoas que as presenciam.

As causas da epilepsia podem ser genéticas ou adquiridas, decorrentes de outras enfermidades como uma meningite ou uma lesão cerebral. No entanto, essa doença, quando não faz parte de um quadro clínico mais grave (por exemplo, o retardo mental), não apresenta impedimentos à vida social do paciente se tratada de modo adequado, assim como a diabetes ou a hipertensão. Em alguns casos, o medicamento pode ser até suspenso.

No ano passado, Laura Guilhoto e Rosana Alves já ministraram um curso com o mesmo tema, porém voltado a pediatras. Neste ano, a inclusão de um novo módulo com a mudança do foco surgiu da demanda sentida pelas médicas, que notavam baixa adesão dos pacientes ao tratamento e preconceito na família deles.

O módulo 3, denominado “aspectos sociais da epilepsia”, abordará desde os aspectos técnicos e cuidados básicos, como a definição da doença e a conduta durante a crise, até seus aspectos sócio-culturais. Uma das palestrantes é Elza Márcia Yacubian, autora do livro Arte, poder e epilepsia. Ela fará uma abordagem histórica do tema, passando inclusive por grandes personalidades como o pintor Van Gogh e o escritor Machado de Assis. Ao final, será aberto um espaço para discussão e troca de experiências de todos os participantes.

Os outros módulos são voltados aos profissionais da área. O módulo 1, que acontecerá no dia 22 de abril, das 8 às 12 horas, é “Introdução ao Clínico e Pediatra”. O módulo 2, dia 14 de abril, no mesmo horário, é “Aspectos técnicos do Eletroencefalograma”. Será realizado também, no dia 8 de abril, o curso de Medicina do Sono, uma área de estudos nova, mas extremamente relevante para a qualidade de vida do paciente.

O Módulo 3 ocorrerá no dia 15 de abril, das 13 às 18 horas. As palestras serão ministradas no anfiteatro do Hospital Universitário, que tem 96 lugares. As inscrições são feitas até o preenchimento de todas as vagas, pelo telefone 30399428.

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