ISSN 2359-5191

22/06/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 36 - Ciência e Tecnologia - Escola de Comunicações e Artes
Para jornalista, Web Semântica é o futuro da internet

São Paulo (AUN - USP) - “O problema hoje não é a falta da informação, é como encontrá-la”. Foi o que disse Daniela Bertocchi, jornalista e mestre em Ciberjornalismo, em recente palestra aos alunos da Escola de Comunicações e Artes da USP. A solução apresentada por ela foi o recurso da Web Semântica, tecnologia que permite que os dados se relacionem no meio digital e que, assim, adquiram sentido na rede. “O uso da Web Semântica potencializa o acesso à informação”, afirmou.

Segundo Daniela, apesar de a Web Semântica ser uma evolução dos modelos anteriores, ela veio a somar características de todos eles. A Web 1.0, por exemplo, no início da era digital, funcionava como uma grande biblioteca virtual, apenas um acervo de dados. “A 1.0 não era ainda interação”, disse a jornalista. A partir da chamada Web 2.0, as pessoas passaram a participar da produção na internet através dos blogs, páginas pessoais e redes sociais. Agora, com a ascensão da Web 3.0, que trabalha com técnicas da semântica, as informações tendem a ser interligadas.

De acordo com Daniela, a Web Semântica funciona a partir da união de dois conceitos: “Linked Data” e “Open Data”. O primeiro se refere aos dados que conversam entre si, que estão unidos de alguma forma. O segundo diz respeito ao acesso desses dados, que deve ser livre e aberto na rede. Para ela, quando acontece essa junção, as informações adquirem organização, inteligência, conhecimento e sentido.

O principal exemplo mostrado por Daniela de utilização desses métodos é a “tag”. “A tag é 100% semântica”, declarou. O uso desse recurso permite que se classifiquem os dados da internet, num processo semelhante à etiquetagem. Dessa forma, eles ganham uma categoria e podem, a partir disso, se relacionar uns com os outros.

No campo das mídias sociais, Daniela falou que existe um termo ainda mais específico, a “Social Web Semântica”. Segundo ela, há uma tendência de que tenhamos uma identidade única no mundo virtual, que será aberta para todos os usuários. Lamentou, entretanto, que, hoje, cada rede ainda é uma ilha e que é preciso fazer com que elas conversem entre si, para que aconteça uma ligação entre elas. Daniela apontou o site “Facebook” como um precursor dessa interação, pois nele, é possível convergir conteúdos de outras redes sociais como o “Twitter”, o “Flickr” e o “Youtube”.

Daniela contou, também, que existem muitas críticas ao modelo, baseadas no argumento de que é impossível fazer essa conexão entre os dados. Disse, porém, que as principais discussões “vão sempre para o lado do utilitário” e que ninguém se preocupa com a questão dos usos negativos dessa tecnologia, como em relação a crimes e à privacidade. “As questões mais complicadas ficam um pouco a desejar”, completou.

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