ISSN 2359-5191

25/06/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 39 - Meio Ambiente - Instituto de Geociências
Geólogos discutem soluções para desastres provocados pela chuva

São Paulo (AUN - USP) - Todos os anos temos notícias de deslizamento de terras sem que o problema se resolva. O papel da universidade na transformação deste cenário é produzir profissionais qualificados para encontrar as soluções. O tema foi discutido em mesa redonda no IGc-USP - Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, por iniciativa da ABGE - Associação Brasileira de Geologia de Engenharia Ambiental.

"A ABGE sente carência de geólogos especializados em risco de escorregamentos e enchentes", diz Eduardo Soares Macedo, pesquisador do IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Estes especialistas são necessários para elaborar Cartas Geotécnicas e Cartas de Risco, documentos essenciais para o planejamento urbano que podem dizer o que vai acontecer com o solo.

O Instituto Geológico de São Paulo, orgão da Secretaria do Meio Ambiente, executa esse tipo de pesquisa envolvendo inovações metodológicas e desde 1988 realizou cerca de 20 mapeamentos de risco. Em 2008, ocorreu um mapeamento de São Luiz do Paraitinga, cidade no interior paulista que foi devastada em janeiro deste ano. "No entanto, o volume das chuvas este ano foi acima de qualquer previsão", diz a geóloga Lidia Keiko Tominaga.

O que pode diminuir tragédias nos próximos anos são soluções estruturais. Em muitos casos é necessária a relocação dos moradores e planos de reurbanização. Existe pressão para ocupação de áreas vazias, mas zonas de aterro e depósitos de lixo tem solo inadequado para a construção de uma casa, que deve sempre ser feita sobre rocha. Por isso que são necessários mapeamentos e, antes de tudo, mudanças na legislação.

"No código de obras de São Paulo, a lei diz que é igual construir no plano e numa encosta", diz Macedo. "A Defesa Civil não escuta os geólogos", diz o geólogo Ronaldo Malheiros Figueira.

No debate, foi abordada a questão dos salários, que são muito maiores em outros mercados, como o de usinas hidrelétricas, o que desestimula bons profissionais. Enquanto isso, o IGc se volta mais à área acadêmica e científica do que à aplicação. Para iniciar mudanças, o Instituto está prestes a contratar dois docentes de Geologia Ambiental, sendo um voltado diretamente à Geologia de Engenharia.

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