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21/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 56 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Comunicação e estética são temas de debate na ECA

São Paulo (AUN - USP) - A união entre os recursos da comunicação e da imagem foi o principal ponto de discussão na palestra “Estética, imagem e comunicação”, realizada recentemente, no I Seminário de Pesquisa da Escola de Comunicações e Artes da USP. O debate, que teve coordenação do professor Waldomiro Vergueiro, além de explorar as especificidades de cada área, enfatizou a importância de um diálogo entre as duas.

O Centro de Estudos de Avaliação e Mensuração em Comunicação e Marketing (CEACOM) foi o primeiro grupo a apresentar o seu projeto. Segundo Otávio Freire, professor conferencista e representante do grupo, seu maior objetivo é identificar “qual é o lugar da comunicação nas organizações”.

De acordo com Otávio, a proposta de pesquisa que desenvolveram recentemente esteve ligada a um levantamento sobre a situação da comunicação nas organizações, o que significa, para ele, uma tentativa de aproximação entre academia e mercado. O professor contou, ainda, que os resultados da pesquisa revelaram que há um choque entre como se pensa e se executa a comunicação nesses ambientes e que, na maioria das organizações entrevistadas, não aparece a figura da comunicação integrada.

O trabalho, que se baseou nos dados de 210 entrevistas, 120 com profissionais da comunicação, vai render, para agosto desse ano, a publicação de um livro, cujo título será “Retorno de investimento em comunicação: avaliação e mensuração”.

Outro núcleo que realiza pesquisas relacionadas ao tema é o Grupo de Pesquisa Semiótica da Comunicação. De acordo com a professora Irene Machado, ele surgiu da possibilidade de juntar pessoas interessadas em estudar o assunto. No caso, começou com alunos da graduação.

Irene disse, também, que a visão do grupo é a de analisar a comunicação como um problema semiótico. Por isso, desenvolvem linhas de pesquisas relacionadas aos fundamentos sistêmicos da semiótica da comunicação, além do design e linguagens da comunicação. Segundo ela, o grupo atua a partir de projetos de pesquisas individuais, grupos de estudo, artigos e da revista eletrônica “Semeiosis”, que, de acordo com Irene, é um exemplo de “linguagem hipermidiática”.

Arte em foco
A professora Sônia Goldberg, do Departamento de Artes Plásticas (CAP) explicou qual o funcionamento do Centro de Pesquisa em Arte Brasileira, que nasceu, como ela disse, em 2005, como um debate com alunos de graduação e pós-graduação, motivado por discussões travadas em aula. Sônia explicou, também, que o grupo não tem nenhum resultado específico, pois não se caracteriza por pesquisas pontuais. “Há uma preocupação de que o grupo seja uma articulação permanente”.

Mobilizados pela arte moderna brasileira em crise, foram levados a pensar a arte brasileira no cenário contemporâneo e da globalização. Seu objetivo é, desse modo, entender a arte brasileira em escala, comparando-a à produção internacional. A professora contou, ainda, nos seminários que promovem, se preocupam sempre em trazer interlocutores de fora da instituição universitária. “Queremos com isso, afirmar a presença pública da atividade acadêmica”, completou.

Multidisciplinaridade
O estudo da importância da união de elementos da comunicação e da arte fica por conta do GEIC (Grupo de Estudos da Imagem na Comunicação). Apresentado pela professora Sandra de Sousa, tem por objetivo reunir pesquisadores, docentes e alunos de Comunicação, Design e Artes Visuais, em torno das principais questões sobre o assunto.

De acordo com Sandra, as pesquisas começaram em torno da comunicação nas propagandas, mas agora trabalham com o design das informações. Suas principais linhas de pesquisa são sobre a imagem na comunicação impressa e a comunicação científica, tanto visual quanto editorial. Sandra contou, também, que as principais ações do grupo são baseadas em reuniões periódicas, organização de palestras, apresentação de textos em eventos científicos e artigos para publicação.

O último núcleo a expor as suas atividades foi o Desformas (Centro de estudos Desmanche e Formação de Sistemas Simbólicos). Para o professor Luiz Martins, apesar de estar vinculado ao Departamento de Artes Plásticas (CAP) e ao Departamento de Cinema Rádio e TV (CTR), é, na prática, muito mais abrangente.

O Centro tem grande atuação na Faculdade de Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP), onde realiza seminários a cada duas semanas. Além disso, se liga em parceria com o Centro de Estudos de Direito a Cidadania e com o Centro de Estudos Marxistas da Unicamp.

Segundo Luiz, o grupo foi formado a partir da ocupação da Reitoria em 2007. Nesse episódio, organizaram um seminário com palestras diárias, o “Ocupação é Formação”. Com o passar do tempo foram ganhando adesão de professores, até que, em 2008, o Centro foi formado. Para o professor, o Centro defende que não é possível discutir disciplinas isoladas. “A pesquisa tem que estar combinada a uma luta política”, afirmou. Por esse motivo, declarou que as atividades do grupo estão norteadas pela multidisciplinaridade e pela ação política.

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