ISSN 2359-5191

22/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 57 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Palestra discute o jornalismo fora das grandes mídias

São Paulo (AUN - USP) - As dificuldades e as experiências dos jornalistas que trabalham na mídia alternativa foram os eixos de discussão durante a palestra “Jornalismo Independente: desafios e perspectivas”, realizada recentemente no Departamento de Jornalismo e Editoração (CJE) da Escola de Comunicações e Artes da USP. O evento contou com a participação de Leonardo Sakamoto, da ONG Repórter Brasil, e de Cristina Charão, do Intervozes.

“Eu fiz jornalismo para mudar o mundo”, afirmou Sakamoto. Segundo ele, ao perceber que esse objetivo era difícil de ser alcançado pelos métodos empregados nos meios tradicionais, decidiu, junto com alguns amigos da faculdade, fundar a ONG. Hoje, a Repórter Brasil é referência quando o assunto é jornalismo social.

O jornalista contou, ainda, que já passou por muitas dificuldades para realizar coberturas em lugares de difícil acesso. De acordo com ele, essa área da profissão também contém os seus riscos, como processos jurídicos e doenças (devido às viagens às mais variadas regiões). Disse, entretanto, que não há nada mais gratificante do que trabalhar com “uma coisa que você gosta e que está mudando a vida de muita gente”.

Para Sakamoto, que já trabalhou em grandes veículos de comunicação, “não tem como trabalhar com conscientização da sociedade sem trabalhar com educação”. Por esse motivo, explicou que esse tema também está incluído na pauta de debates da ONG, ao lado dos mais conhecidos, como o trabalho escravo, a questão agrária, entre outros.

Direito à comunicação
Segundo Cristina Charão, editora do Observatório do Direito à Comunicação, do projeto Intervozes, a iniciativa de criar um meio onde se discutisse o acesso aos direitos à comunicação surgiu da premissa de que esse assunto não estava tendo a devida atenção, mesmo nos veículos de esquerda.

Contou que, depois, o que era para ser um campo de referência, se tornou também uma mídia jornalística. De acordo com ela, hoje, uma das funções do observatório é explicar sobre o que militam. “A gente tem como focos de interesse na nossa cobertura três vertentes: políticas de comunicação, cobertura da organização dos movimentos em torno do tema e reflexão sobre iniciativas na área da comunicação (rádios comunitárias, projetos de educomunicação)”.

Sobre a questão da militância e do partidarismo nesse tipo de jornalismo, afirmou que, para ela, ser militante é “fazer da sua existência na sociedade, veículo de alguma transformação. Pode estar filiada a algum partido ou não”. Além disso, declarou que, em toda a atividade jornalística, desde a escolha da pauta, já existe certa definição. “Todo jornalismo em si acaba tendo um viés, um olhar”, completou.

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