ISSN 2359-5191

22/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 57 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Química
Grupo da USP fará pesquisa na Antártica

São Paulo (AUN - USP) - No próximo verão, a base brasileira de pesquisa na Antártica, Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), receberá um grupo de pesquisadores do Instituto de Química da USP. O projeto, segundo o coordenador Pio Colepicolo, será de bastante impacto para a economia e biodiversidade brasileiras. As excursões serão realizadas para serem feitas coletas e estudos de taxonomia, diversificação, sistemática, bioquímica e biologia molecular de algas da Antártica que pouco se conhece. O projeto está previsto para durar três anos e será vinculado com outros 22 grupos de pesquisa. A primeira viagem está marcada para outubro. Serão três no total, cada uma com um mês de duração.

O estudo do professor Pio se concentrará na parte de ecologia, bioquímica, biologia molecular e estudo dos poluentes locais. “Já se fala de um aumento gradual da concentração de metais na Antártica. Então, a gente quer ver se as algas também estão acumulando metais de uma forma geral”, diz o pesquisador. Ainda não se sabe como os metais estão chegando até lá, mas se acredita que seja por meio de petroleiros, descartes e correntes de mar. “Pode ser que isso tenha efeitos importantes para o futuro da Antártica e do planeta. Precisa-se conhecer um pouco mais sobre esses aspectos”, diz Pio.

O grupo de pesquisa do professor na USP estuda, essencialmente, as algas da costa brasileira e sua aplicação em atividades economicamente rentáveis. Na Antártica, o projeto não está relacionado com a bioprospecção. “Para fazer bioprospecção, você precisa de coletas mais volumosas e os projetos na Antártica estão voltados para coletas de pequena escala. O Ministério do Meio Ambiente não permite grandes coletas lá”, explica Pio.

O projeto é bastante novo e estão sendo feitas reuniões com a Marinha do Brasil para montar a logística das viagens. “É a Marinha que toma conta de todos esses projetos da Antártica. A partir do momento que você está como pesquisador lá, a Marinha é responsável por você e por tudo aquilo que você faz. Então, precisa ter uma logística muito grande, que eu não conhecia e estou conhecendo agora”, diz o pesquisador.

A EACF é uma estação relativamente grande, com capacidade para comportar cerca de 70 pessoas. Dentre elas 30 são pesquisadores e as outras 40 são da manutenção da base e da área. “É uma área militar. Lá tem militares da marinha, pessoas com projetos de meteorologia, outras voltadas para a manutenção”, explica Pio. Não se pode abrigar muita gente na estação, porque o impacto humano no ambiente é muito grande.

As algas marinhas possuem diversas utilizações econômicas, além do importante papel na regulação dos meios aquático e terrestre. Elas são utilizadas na alimentação tanto de animais como de pessoas, pelo seu grande valor nutricional. Também estão sendo utilizadas para produção de biocombustível, a partir de seus lipídeos e açúcares, e produção de compostos bioativos. As algas são responsáveis pela produção de 50% de todo o oxigênio molecular da atmosfera e do dimetilsufóxido – substância que induz a formação de nuvens e precipitação em forma de chuva –, além da síntese de aminoácidos a partir da transformação de nitratos em nitritos, depois em amônia para incorporação em aminoácidos.

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