São Paulo (AUN - USP) - Na cidade de Pirapora do Bom Jesus (SP), numa beira do asfalto a 40 quilômetros da capital, ocorrem afloramentos raros de atividade vulcânica. “No leito dos oceanos, as lavas vazam lentamente e esfriam, formando o que chamamos de lavas almofadadas.”, diz o professor Colombo Celso Gaeta Tassinari, do Instituto de Geôciências da USP (IGc-USP). É dele a proposta de transformar o local em Sítio Geológico, a ser preservado como patrimônio natural da humanidade.

A formação é visitada regularmente por grupos de alunos do IGc para aulas de campo, devido à proximidade e facilidade de acesso. A proposta envolve a elaboração de um painél educativo pelos alunos de Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental (LiGEA) e a construção de uma praça pela prefeitura, de modo que possa se tornar mais um atrativo turístico em Pirapora do Bom Jesus. Às margens do rio Tietê, o município recebe 200 visitantes por ano, a maioria deles por peregrinação religiosa.

As lavas almofadadas têm grande valor educativo porque são testemunhos claros do passado geológico. A hipótese publicada pelo professor Tassinari diz que a formação é um ofiolito, ou seja, rochas da crosta oceânica posicionadas em meio a rochas continentais. “Ali já foi o fundo de um oceano, não grande como o Atlântico, mas pequeno como o Mar Vermelho. As placas tectônicas voltaram a se fechar e as lavas almofadadas foram jogadas para cima”, diz o professor.

O maior polo de turismo geológico no Brasil é o Geopark Araripe (CE), que tem 5 mil quilômetros quadrados de área de importância científica por seu relevo e seus sítios paleontológicos, envolve sete municípios. O Museu de Paleontologia, construído no município de Santana do Cariri (CE), é um exemplo da geologia provocando grande impacto no turismo de uma pequena cidade.