São Paulo (AUN - USP) - O Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGC-USP) vai passar a abrigar a máquina SHRIMP - sigla para Sensitive High Resolution Ion Micro Probe. O equipamento serve para fazer medições de idade dos minerais e tem muita aplicação na prospecção de petróleo e mineração, além de acelerar a pesquisa acadêmica na área.

“Uma análise que demora 15 dias pelo método atual é realizada pelo SHRIMP em seis minutos. A operação da máquina é muito simples e será feita apenas por uma pessoa”, explica o professor Colombo Celso Gaeta Tassinari, diretor do IGC. Para as pesquisas da Petrobrás na bacia do Pré-Sal, seu uso é imprescindível. No mundo, existem apenas outras dez máquinas como esta, que são fabricadas na Austrália. A compra foi financiada pela Petrobrás e pela Fapesp, que pagaram, respectivamente, US$ 1,5 milhão e US$ 1 milhão.

Ele será instalado no Laboratório de Geocronologia de Alta Resolução, em construção desde 2006, com abertura prevista para setembro de 2010. Vai atender a pesquisas de outras universidades do Brasil e de outros países. “Antes, os pesquisadores brasileiros precisavam utilizar laboratórios no exterior a um custo de 30 mil reais. Aqui, o custo de manutenção será de 60 mil reais por ano, para reposição de peças desgastadas”, diz o diretor.

“Um grão conta a história de um continente”, diz Tassinari. Os métodos tradicionais de datação dissolvem os grãos e calculam sua idade média, porém um grão tem várias camadas de idades diferentes, formadas por um processo chamado recristalização aureolar. O SHRIMP utiliza um feixe de oxigênio para isolar amostras de 5 a 20 microns, permitindo calcular separadamente a idade de cada camada.