São Paulo (AUN - USP) - O mapeamento de proteínas ligadas ao amadurecimento da manga já está em fase final na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. Aquelas que são responsáveis por deixar a fruta madura estão em processo de identificação. O trabalho de pesquisa é desenvolvido por Jonathan Andrade, aluno de mestrado na área de Ciência dos Alimentos, e coordenado pelo professor João Roberto Oliveira.
O projeto é pioneiro no assunto. De acordo com Jonathan, muito pouco é publicado sobre a manga. O único outro foco de pesquisas acontece na Índia, onde existem trabalhos principalmente ligados às expressões gênicas e proteicas da fruta. No entanto, ainda não há nada de definitivo relacionado às proteínas responsáveis por seu amadurecimento.
Os benefícios que podem advir de descobertas como essa estão ligados também a métodos de melhoramento genético. Através desses procedimentos, seria possível adiar ou até evitar o aparecimento desse tipo de proteína na manga. Com isso, a fruta demoraria mais tempo para chegar a seu estágio maduro, permitindo maior durabilidade no mercado e evitando alguns problemas, como o rápido apodrecimento do alimento. As descobertas realizadas seriam interessantes para o Brasil, que está entre os maiores países exportadores de manga no mundo.
Uma grande dificuldade para se desenvolver a pesquisa é a fase de identificação e separação das proteínas. Nessa fase, as diferentes amostras são marcadas com componentes que causam a fluorescência das moléculas (fluoróforos) e passam a emitir luzes específicas, que se destacam umas das outras. Para a pesquisa, são utilizadas três amostras de proteínas: as amostras A e B e uma C, que seria a mistura das duas primeiras. As amostras A e B são marcadas com o fluoróforo 1 e a C com o fluoróforo 2. Primeiramente, são colocadas as amostras A e B juntas em um gel. Depois, se depositam B e C. Através disso, é possível fazer um confronto de padrões e uma diferenciação das proteínas. No entanto, um kit utilizado para esse tipo de experiência custa caro e qualquer erro pode significar uma grande perda. “Por sorte, eu errei uma vez só e na segunda consegui fazer tudo certinho”, conta Jonathan.
É possível comparar os resultados obtidos através da manga aos de outras frutas, o que pode auxiliar na identificação também das proteínas responsáveis pelo seu amadurecimento. A dissertação de mestrado de Jonathan será defendida em março de 2011, quando apresentará as considerações finais de suas pesquisas.