ISSN 2359-5191

27/06/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 09 - Saúde - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP
Estudo busca controle simples e eficiente do açúcar para diabéticos

São Paulo (AUN - USP) - Amputação de membros inferiores, cegueira adquirida, insuficiência renal e hipertensão arterial são algumas das complicações crônicas decorrentes do diabetes mellitus tipo 1, distúrbio caracterizado pela ausência da produção de insulina pelo pâncreas. A insulina é o hormônio que metaboliza o açúcar no sangue.

A fim de tentar amenizar essas complicações, o controle diário através da monitorização das taxas de açúcar no sangue é fundamental para o tratamento do diabético. A professora Sonia Aurora Alves Grossi, da Escola de Enfermagem da USP, está pesquisando uma forma de monitorização domiciliar simplificada e eficiente, que seja compatível com a realidade do paciente brasileiro.

De acordo com o Diabetes Control and Complications Trial (DCCT), um conjunto de estudos clínicos norte-americanos e canadenses, a quantidade ideal de monitorizações é de quatro a seis vezes diárias. Na realidade, isso é inviável devido aos custos. Com apenas uma gota de sangue, a monitorização é feita através de um aparelho do tamanho de uma calculadora que custa, em média, R$120,00. Contudo, as maiores despesas são com as fitas descartáveis coletoras de sangue, as quais são acopladas ao aparelho para o exame. Uma caixa com 50 fitas chega a custar R$70,00.

A professora Sonia trabalha atualmente com 20 pacientes voluntários da Liga de Controle de Diabetes da disciplina de Endocrinologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. O controle é feito duas vezes ao dia e são feitos em horários alternados: antes e/ou depois das refeições e, a cada quinze dias, durante a madrugada. Com o perfil glicêmico, ou seja, com os dados referentes à quantidade de açúcar no sangue, a professora e a sua equipe orientam os ajustes apropriados nas doses de insulina, dietas e exercícios físicos de forma individualizada. O trabalho com os pacientes ainda envolve aulas e discussões de temas relacionados à doença.

O resultado, até então, foi uma melhora significativa no quadro dos diabéticos. A quantidade de glicose no sangue considerada normal varia entre 120 a 140 mL/dL. As taxas dos pacientes, no início da pesquisa, variavam entre 150 a 225 mL/dL. Hoje, o trabalho de Grossi conseguiu baixar as taxas para 120 a 180 mL/dL, ou seja, muito dos pacientes conseguiram atingir quantidades normais de glicose. No entanto, a professora lembra que as taxas glicêmicas variam muito ao longo do dia. Por este motivo é que quanto maior a quantidade de medições, mais adequadas são as orientações.

A pesquisa da professora Sonia será concluída em novembro. Propostas alternativas de monitorização domiciliar têm sido foco de investigação da pesquisadora. Em estudo concluído em 1998, ela monitorou os níveis de açúcar dos pacientes apenas uma vez ao dia. Embora a proposta desse estudo tenha melhorado o controle glicêmico, ele não foi mantido em níveis ideais.

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