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19/11/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 103 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Serra errou ao pregar continuísmo, diz cientista político

São Paulo (AUN - USP) - Antes mesmo do fim das eleições, o professor e jornalista Paulo Roberto Figueira Leal apontava os erros de campanha do candidato a presidente da República pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Para o professor da universidade Federal de Juiz de Fora, a idéia de mostrar o candidato José Serra como melhor político para continuar os feitos do atual presidente Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, estava equivocada. “A estratégia poderia até funcionar, se Lula não estivesse vivo e falando”, disse em um evento na Escola de Comunicações e Artes da USP.

Leal afirma que seria quase impossível que a candidata do governo Lula, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, perdesse as eleições. “Com um país em uma boa economia e os altos índices de aprovação do governo Lula, as chances do candidato do continuísmo ganhar é enorme”, afirmou. O professor conclui, então, que o melhor para o candidato tucano seria defender uma propaganda de oposição ao governo, mostrando os defeitos e problemas do mandato petista, e não se colocar como um continuador do atual governo.

“Perdendo as intenções de voto, José Serra muda o foco da campanha, atacando Dilma pelas denúncias e escândalos”, explicou o professor. Para ele a campanha de Serra perdeu muito ao apenas acompanhar a agenda da mídia, abusando das denúncias, como do caso Erenice e no segundo da questão da descriminalização do aborto.

O Humor
Leal destacou também em sua apresentação o potencial corrosivo do riso nessa eleição. “O humor é perigoso, ele pode impedir que o debate continue”, disse ao comentar sobre a repercussão da bolinha de papel que acertou a cabeça de Serra. “No mínimo perdeu-se uma semana discutindo bolinha de papel na cabeça”, concluiu.

Para o professor outros dois momentos da campanha também tiveram a sua apelação para o humor. O primeiro é o vídeo “Dilma Boy”, uma referência ao hit do Youtube onde um partidário da candidata do PT cantava uma música defendendo sua candidata e criticando o candidato tucano. O vídeo teve mais de 380 mil visualizações.

O outro momento de humor nas campanhas citado pelo professor é o vídeo do “Serra Comedor”, onde um trecho da propaganda eleitoral de José Serra é extraído e editado de forma que o mostra afirmando “comer” todo mundo. Os vídeos postados no Youtube tiveram mais de 600 mil visualizações.

Paulo Roberto Figueira Leal é Mestre e Doutor em Ciências Políticas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e participou do evento “Mídia e Discurso Político”, organizado pela Escola de Comunicações e Artes da USP.

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