ISSN 2359-5191

19/11/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 103 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
USP desenvolve medicamento para herpes com nanotecnologia

São Paulo (AUN - USP) - Novo medicamento, utilizado no tratamento de herpes, está sendo desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. O projeto, tese de Doutorado de Guilherme Diniz Tavares, tem como objetivo produzir o fármaco através da utilização de nanotecnologia.

O fármaco existente mais eficaz para a inibição da herpes é o aciclovir (ACV). Entretanto, ele apresenta absorção lenta e incompleta e dificuldade para entrar no intestino quando ministrado oralmente, atingindo a corrente sanguínea em pequena quantidade. Além disso, a substância permanece pouco tempo no organismo, implicando em administrações freqüentes de altas doses por períodos prolongados. Isso pode provocar efeitos colaterais como náusea, diarréia e dores de cabeça. Por esses motivos, existe grande porcentagem de não adesão ao tratamento e a maioria das pesquisas está sendo direcionada para a criação de novas formas de liberação do ACV.

Para o desenvolvimento desse novo sistema, são sintetizadas nanopartículas com estrutura porosa a partir da polimerização, que dá origem a macromoléculas. Durante esse processo, o ACV é adicionado ao meio reacional e se associa à estrutura porosa das partículas. Em um segundo momento, essas nanopartículas contendo ACV são revestidas com um derivado de quitosana, fibra obtida a partir da carapaça de crustáceos. O estudo é orientado pelas professoras Vladi Olga Consiglieri e Nádia Araci Bou-Chacra.

Os sistemas nanoparticulados, em geral, oferecem inúmeros benefícios, tais como proteção da molécula do fármaco de degradação física, química ou biológica e consequente aprimoramento ou alteração do caminho que ele faz no organismo. Além disso, possibilita a diminuição da dose e da frequência de administração desse medicamento, o que minimiza a ocorrência de efeitos colaterais.

Uma das estratégias propostas em estudos científicos utiliza substâncias que promovem maior permeabilidade do fármaco no intestino. Por outro lado, alguns pesquisadores têm desenvolvido formas farmacêuticas micro ou nanoestruturadas capazes de modular a liberação do ACV. “Nossa intenção é a de unir essas duas estratégias em uma mesma formulação: a capacidade de modulação da liberação (proporcionada pelas nanopartículas), bem como o incremento na permeação intestinal do ACV, que é possível pela ação do derivado da quitosana”, conta Vladi.

O projeto está na fase de caracterização do medicamento desenvolvido. “Nossa intenção é a de que esse projeto possa fornecer informações importantes sobre o comportamento in vitro (em laboratório) da formulação desenvolvida para que, futuramente, estudos in vivo (em organismos vivos) e de transposição de escala produtiva sejam conduzidos.”

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