ISSN 2359-5191

29/11/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 108 - Meio Ambiente - Instituto de Química
Pesquisador da USP utiliza dióxido de carbono como solvente alternativo
Uso de CO2 em estado supercrítico pode apresentar resultados mais vantajosos e viáveis que os obtidos pelo uso de solventes tradicionais

São Paulo (AUN - USP) - Se a preocupação com os gastos e desperdícios sempre foi uma das inquietações dos seres humanos na busca de eficácia para seus procedimentos, nunca essa preocupação esteve tão ligada à necessidade de prezar os aspectos ambientais quanto na atualidade. É isso que defende o professor Reinaldo Bazito, integrante do Grupo de Pesquisa em Química Verde e Ambiental (GPQVA) e docente do Departamento de Química Fundamental do Instituto de Química da USP, onde desenvolve sua linha de pesquisa com o dióxido de carbono, vulgo gás carbônico, em seu estado supercrítico, representado pela sigla CO2-sc.

Esse gás atinge esse estado quando é obtido de fonte concentrada e aquecido e comprimido a pontos de pressão e temperatura acima de seus pontos críticos. Assim, ele se transforma em um sistema uniforme e homogêneo, “com propriedades intermediárias entre seu estado líquido e gasoso”, afirma Bazito. “Nessas condições, esse dióxido de carbono pode ser utilizado como solvente alternativo”.

É solvente alternativo, pois substitui solventes tradicionais como derivados de petróleo (tolueno e hexano) e compostos oxigenados (acetato de etila, acetona e etanol), enquanto apresenta características únicas, como velocidade de reação própria; brando, pois apresenta fácil manipulação e mantém as moléculas dos demais reagentes inalteradas; e ambientalmente correto, uma vez que “não deixa resíduos no material, não deixa traços”. E mesmo que deixasse tais traços, isso seria um problema, afirma o professor. Afinal, “ele é um comporto biocompatível”.

Bazito destaca que suas pesquisas com CO2-sc têm obtido sucesso na obtenção de novos tipos de detergentes (produtos com propriedade tensoativa), de novos materiais para o encapsulamento de remédios pela indústria farmacêutica, também na obtenção de extrato de lúpulos pela indústria de cerveja e na descafeinização de café. Nessa última aplicação, segundo Bazito, os solventes antes utilizados para a extração de cafeína, além de serem tóxicos, inflamáveis e produzirem ozônio troposférico, “retiravam, além da cafeína, parte do aroma característico do café”.

Apesar de ser “solvente verde” obtido, por exemplo, de qualquer reação de combustão, o CO2-sc, para poder, efetivamente, otimizar os procedimentos químicos, apresentam velocidades de reação distintas das obtidas com os solventes tradicionais e exigem condições de pressão ideal.

Juntamente com o professor Bazito, integram o GPQVA o professor Cassius Stevani, especializado na realização de ensaios utilizando fungos bioluminescentes na detecção de poluentes, a professora Paola Corio, especializada em técnicas espectroscópicas de detecção de poluição ambiental e o professor Renato Freire, responsável pelo desenvolvimento de processos limpos de degradação de poluentes. Para mais informações, acessar: http://www.usp.br/gpqa/index.asp.

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