São Paulo (AUN - USP) - O mercado editorial procura, cada vez mais, expandir as possibilidades de acesso do público aos livros. Essa tentativa de inclusão de uma gama maior de leitores foi o tema do VI Fórum de Editoração, organizado por alunos da Escola de Comunicações e Artes da USP e realizado recentemente na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, em Pinheiros.
Três grupos foram apontados como potenciais mercados em expansão para a indústria de livros: crianças, portadores de necessidades especiais e grupos com interesses específicos. Além disso, houve um debate sobre os entraves logísticos para a distribuição de livros em território nacional e possíveis maneiras de contorná-los.
O primeiro tema debatido foram as publicações para o público infantil. Desenvolver o interesse das crianças pelos livros e promover o aprendizado por meio deles foram dois grandes desafios do setor. A conversa entre texto e imagem foi apontada pelo ilustrador Odilon Moraes como elemento "fundamental para a narrativa", tornando-a mais compreensível e agradável. Mas essa interação entre elementos gráficos e textuais é ainda pouco explorada pelos editores, os quais preferem trabalhar mais com o texto. Para solucionar esse problema, foi proposto um trabalho conjunto do autor, editor e ilustrador.
A cooperação entre as diferentes partes envolvidas na publicação de uma obra também é extremamente importante na edição de obras para portadores de necessidades especiais. A burocracia dos direitos autorais é, segundo Sandra Silvério, da Editora Livro Falante, um dos maiores obstáculos para a disponibilização de audiolivros. Participaram ainda da discussão Mario Silva, gerente Cultural da Biblioteca de São Paulo, Roberto Gallo, o qual trabalha com publicações em Braille e Carla Mauch, da ONG Mais Diferença.
Mas não é apenas para os portadores de necessidades especiais que o acesso aos livros é restrito. Problemas de distribuição e os preços altos dos livros excluem grande parte da população brasileira do contato com a leitura. Algumas saídas encontradas para o problema foram os livros de baixo custo, além de livros eletrônicos. Entretanto, não são apenas as massas que sentem falta de livros que satisfaçam suas necessidades.
A terceira mesa de discussão do Fórum foi dedicada às pequenas editoras que produzem livros para um público específico. Tais editoras suprem uma carência dum público especializado, o qual não teria suas necessidades editoriais atendidas pelas grandes editoras.