ISSN 2359-5191

05/04/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 05 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Geociências
Tecnologia rara em geocronologia está em fase de conclusão de testes na USP

São Paulo (AUN - USP) - O equipamento SHRIMP-II, recém importado da Austrália pelo Instituto de Geociências (IGc-USP), está em fase final de testes. O nome da máquina é a sigla em inglês para Micro Sonda Iônica Sensível de Alta Resolução, e sua tecnologia é reconhecida internacionalmente na área de Geocronologia.

Em apenas dez minutos a máquina é capaz de identificar a idade de rochas, o que irá facilitar e agilizar pesquisas geológicas e exploração de recursos minerais, petróleo e energia geotérmica. Questões como “de que forma o sistema solar foi formado?” e “qual é a exata idade de nosso planeta?” também poderão ser respondidas com o apoio do equipamento.

Segundo o diretor do Instituto, Colombo Tassinari, os testes estão sendo muito bem sucedidos. “Dentro de aproximadamente 30 dias [o equipamento] será aberto à comunidade de geologia.” Ele acrescenta que a tecnologia deverá atrair pesquisadores de toda a América Latina, Europa e África, já que só existem 14 desses aparatos em todo o mundo – sendo dois deles na América do Norte e os demais na Ásia e Oceania.

Os benefícios do investimento
Sem a sonda SHRIMP, a determinação da idade dos minerais levava muito tempo e envolvia diversas etapas – entre elas a dissolução do material a ser estudado. Já com o novo equipamento, em poucos minutos obtêm-se um resultado. A nova tecnologia custou US$ 3,5 milhões e foi adquirida com auxílio da FAPESP e da Petrobrás. Durante o primeiro mês de testes foram feitas em torno de 500 análises no Laboratório de Geocronologia de Alta Resolução do IGc.

“Apesar das rochas se deteriorarem com o passar do tempo, alguns elementos continuam preservados no interior delas, como o urânio e o chumbo” diz o doutor e pesquisador em geociências, Kei Sato. É através da identificação e quantificação dos íons desses elementos que pode se avaliar a idade de uma rocha. O cálculo se baseia no tempo necessário para a massa do urânio decair e tornar-se chumbo (atividade radioativa).

Particularidades
De acordo com Sato, a SHRIMP faz sua análise sobre minúsculas lascas de rochas, que devem possuir entre 30 e 1.000 mícrons, sendo que cada mícron (µ) equivale à milésima parte de um centímetro. Para obter tais lascas é preciso o auxílio de lupas. Uma vez colocado no interior da sonda, o fragmento é analisado rapidamente.

Localizado em um prédio construído especialmente para abrigá-lo, o equipamento é metálico, emite leves e constantes ruídos, é enorme e remete a filmes de ficção científica. Mas a análise pode ser conferida de forma bastante real: há pequenas câmeras instaladas ao longo da sonda para o monitoramento de todo o processo.

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