São Paulo (AUN - USP) - Em 2011 foi selecionada, pelo vestibular da FUVEST, a primeira turma para o curso de Educomunicação (com 30 alunos). Há mais de dez anos o Núcleo de Comunicação e Educação da USP (NCE/USP) realiza um estudo e discute a criação da Licenciatura em Educomunicação.
“Efetivamente, o profissional da educomunicação já está presente na sociedade, há várias décadas, sob diferentes denominações, de acordo com o espaço que ocupa e a função que desempenha. O que a USP se propõe a fazer é formar, academicamente, um trabalhador que, na maioria dos casos, vinha se apresentando como um autodidata” conta o professor Ismar de Oliveira Soares, responsável pelo curso.
Surpresa dos docentes
A relação candidato/vaga de 4,27 surpreendeu os docentes do Departamento de Comunicações e Artes (CCA). O novo curso se situa em lugar privilegiado em relação à média alcançada pelas licenciaturas mais antigas da USP. Supunha-se, inicialmente, um índice mais baixo, levando-se em conta o provável desconhecimento, por parte dos vestibulandos, sobre a nova proposta.
O índice revelou, contudo, a existência de um público mais maduro em termos de idade e de prática profissional. O fato ficou comprovado pela média de idade dos que foram chamados a inscrever-se após a segunda fase da FUVEST. Trata-se de um aluno com idade média de aproximadamente 30 anos. E dentre os 30 selecionados, um total de 14 veio em busca de uma segunda graduação.
Aline Neves, ingressante no curso, se difere de seus colegas, mas percebe a predominância de alunos já graduados em sua sala. “Diferente da maioria dos alunos de Educomunicação, eu não tenho outra formação. Comecei o curso de Rádio e TV numa instituição privada, mas não consegui terminar e acho que nessa área não teria tanto interesse em atuar. Não seria a carreira certa.” diz.
A formação da USP
O educomunicador formado pela USP sairá da universidade autorizado a entrar no espaço educativo. Além de estar licenciado a lecionar comunicação no Ensino Médio, estará também capacitado a assessorar gestores e professores a implementarem práticas que levem em conta a presença da comunicação e de suas tecnologias no cotidiano da sociedade.
O curso é noturno, com 2.800 horas e duração de quatro anos. Conta com 19 docentes, de diversas áreas, como especialistas em linguagens, artes, tecnologias, teorias, crítica das artes e gestão da comunicação. A grade curricular conta com uma preparação compartilhada entre a ECA e a Faculdade de Educação.
“Acho que futuramente aparecerá muita coisa para se estudar em Educomunicação e eu quero fazer parte disso. A parte de pesquisa é, com certeza, a que mais me interessa, mas eu sei que demora pra chegar lá” diz Aline, já vislumbrando seu futuro como educomunicadora.